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Pink Floyd: "ainda me traz lágrimas aos olhos quando canto essa música", disse Roger Waters

  • by Brunelson
  • há 4 horas
  • 3 min de leitura
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Assim como sua música, o PINK FLOYD parece uma entidade única e intrincada. 


Além do seu apelo artístico, também vimos a convergência de 02 figuras que parecem inerentemente conflitantes: David Gilmour (vocalista/guitarrista) e Roger Waters (vocalista/baixista). Através da imensidão de dois personagens aparentemente opostos, emergiu um som transcendente impossível, definido por sua própria delicadeza que exigia ser ouvido, visto e sentido.


Não importa as opiniões divergentes sobre o PINK FLOYD na era contemporânea, e não importa o quanto seu legado esteja propenso a ser manchado pelos confrontos entre suas 02 figuras mais importantes, porque não há como negar que grande parte da música deles lhe cativa. Afinal, além da grandeza sonora, há também um apelo mais profundo em suas canções que advém dos seus temas conceituais e da capacidade inexplicável de apelar a uma infinidade de estados de espírito.


No entanto, uma simplicidade inegável também esconde a atmosfera mais ampla e imersiva que, de alguma forma, parece inerentemente pessoal. Afinal, apesar dos escrúpulos e conflitos, o PINK FLOYD a portas fechadas se dedicava a criar grandeza artística, sinalizando uma entidade singular que ia além das especificidades de suas capacidades individualistas.


Como resultado, a banda pode ter sido uma operação profundamente fragmentada, mas muitas das músicas foram inspiradas em experiências e emoções humanas reais, permitindo uma atemporalidade que poucos conseguiram chegar perto. É também por isso que, apesar da riqueza de material que comprovou a proficiência artística e a precisão técnica do grupo, todos os membros da banda e grande parte dos fãs, se veem constantemente voltando a uma música em particular.


Com bandas como o PINK FLOYD, é fácil desconsiderar ou criticar os sucessos porque, aos olhos dos fãs, muitas outras joias esquecidas falam por si de maneiras que os sucessos jamais conseguirão captar. No entanto, com a clássica canção, "Wish You Were Here", Waters e Gilmour pareceram encontrar ouro, não apenas sonoramente, mas também em sua capacidade de criar magia juntos quando menos esperavam.


Vagamente conectada à queda de Syd Barrett (vocalista/guitarrista/compositor original, dispensado pelo grupo em 1968) e explorando amplamente o sentimento de perda e o existencialismo, a música "Wish You Were Here" não só se tornou um item básico do PINK FLOYD por sua grandeza musical, mas porque é repleta de camadas inesperadas e com uma profundidade intrincada de maneiras que só são detectáveis com um ouvido atento e aguçado.


Ao mesmo tempo, apela à tristeza em todos nós, cravando seus espinhos em cada coração que já se sentiu perdido enquanto navegava pela dor e pela saudade. Sendo assim, a canção "Wish You Were Here" não foi exceção, principalmente pelo quanto significava para Waters, mesmo que achasse emocionalmente difícil tocá-la ao vivo.


"Ainda me traz lágrimas aos olhos quando a canto, porque é tão importante para todos os dias da minha vida", admitiu Waters durante uma entrevista de rádio em 1992. "Porque muitas vezes deixamos de fazer as conexões humanas que deveríamos". Embora este sentimentalismo possa ter surgido das reflexões de Waters sobre Barrett, ninguém sabe se isso também o fez refletir sobre suas próprias falhas ou sobre as dificuldades inter-relacionais dentro da banda.


De qualquer forma, a música continua sendo um clássico profundamente arraigado, tocando corações ao mesmo tempo em que parece uma manifestação de tudo e de lugar nenhum. Talvez seja também isso que faz Waters se sentir inexplicavelmente sobrecarregado ao cantá-la, como se ela parecesse um coquetel rodopiante de sentimentos e memórias perdidas - aqueles aos quais lutamos para nos apegar, mesmo sabendo que nos trarão dor e sofrimento.


"Wish You Were Here" (9º disco, "Wish You Were Here", 1975)


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