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by Brunelson

Pink Floyd: baterista revela a partir de qual álbum foi o ponto de virada no processo de composição da banda


PINK FLOYD estava entrando em um nevoeiro quando foram começar a trabalhar em seu 2º álbum de estúdio, "A Saucerful of Secrets" (1968).


Claro, eles ainda tinham a formação original intacta, mas estava ficando claro que Syd Barrett (vocalista/guitarrista/compositor) não seria capaz de ir longe com eles quanto mais ele começasse a se perder em sua própria mente perdendo a sanidade para as drogas.


O grupo poderia estar em um clima tenso por já terem decidido internamente dispensar seu frontman da banda ao chamar David Gilmour para ser o 2º guitarrista e aos poucos deixando Barrett de lado, mas o baterista Nick Mason pensou que eles encontraram sua verdadeira vocação exatamente nesse 2º disco.


Claro, isso estava muito longe do que o grupo ainda iria fazer com seus álbuns clássicos da década de 70, mas o que Mason quer dizer aqui é justamente o contrário, é que com o álbum "A Saucerful of Secrets" parece que eles haviam pego a receita psicodélica do seu 1º disco e começaram a jogar as postas na parede só pra ver qual iria ficar grudada.


Dispensar Barrett não foi uma tarefa fácil e que seria um fantasma que assombraria todos os membros do PINK FLOYD por toda a vida. Considerando que este seria o último álbum com Barrett na banda e o único do grupo gravado como um quinteto, as músicas do seu ex-vocalista também são um tanto assustadoras, como "Jugband Blues", mais parecendo um triste adeus ao mundo antes dele entrar em reclusão como um eremita após uma breve carreira solo.


Assim  como a canção "Corporal Clegg" que estão entre as mais estranhas que a banda já criou, além do enorme esforço para tornar a música "A Saucerful of Secrets" uma peça de vanguarda e de fundamento para seu futuro como precursores do rock progressivo.


Independentemente de seus contratempos interrelacionais, Mason manteve esse disco como uma parte fundamental de sua discografia, dizendo uma vez ao autor Mark Blake para o livro "Pigs Might Fly" em 2007: “A minha opinião é que o álbum 'A Saucerful of Secrets' apontou o caminho a seguir, mas nós cuidadosamente ignoramos essas placas de sinalização e resolvemos seguir em um caminho diferente que foi parar no álbum 'Ummagumma' (4º disco, 1969), o que provou que nos saímos muito melhor quando todos trabalhavam juntos e não como indivíduos”.


Mason tem razão em mostrar como cada membro se uniu quando iniciaram a etapa sem Barrett na banda. O baixista Roger Waters aceitou o desafio de ser o vocalista e compositor, mostrando o tipo de texturas temperamentais com as quais a banda estaria tocando quando alcançasse seu nível em conjunto em peças épicas como a música "Echoes" (6º disco, "Meddle", 1971).


Assim como o leque de composições e participações vocais que o tecladista Richard Wright e Gilmour estavam angariando.


O produto final pode não ser a experiência auditiva mais agradável de todos os tempos, mas o PINK FLOYD conseguiu desenvolver ao vivo a maior parte do melhor material do álbum "A Saucerful of Secrets". Ao assistir o documentário filmado em 1972, "Live at Pompeii", você pode dizer que a banda pegou cada lição que aprendeu no tempo que passaram no estúdio e canalizou para suas apresentações ao vivo, criando texturas muito melhores do que tinham feito na gravação em estúdio.


O disco "A Saucerful of Secrets" está definitivamente longe de ser o melhor álbum do PINK FLOYD, mas quase parece funcionar como uma transição, discernindo o que eles não queriam levar adiante em seu processo de composição, assim como relatou Mason.


Se não fosse por todos se unirem depois que gravaram esse álbum, talvez eles não tivessem sido capazes de criar obras primas que impactariam a cultura popular em álbuns como "The Dark Side of The Moon" (8º disco, 1973) ou "The Wall" (11º disco, 1979).


Confira a apresentação do PINK FLOYD da música "Set The Controls For The Heart of The Sun", uma canção lançada no álbum "A Saucerful of Secrets" e retirada do documentário "Live at Pompeii":