Roger Waters: citando "o último álbum real do Pink Floyd" como uma força coletiva e criativa
by Brunelson
17 de jun.
8 min de leitura
Todo fã do PINK FLOYD geralmente possui sua própria interpretação de quando a banda realmente terminou como um coletivo criativo.
Alguns podem apontar quando Roger Waters (vocalista/baixista) deixou o grupo após o álbum "The Final Cut" (12º disco, 1983), alguns citam a apresentação final da banda com o tecladista Richard Wright como o momento em que a magia realmente secou, e ainda existem alguns obstinados que insistem que qualquer versão da banda sem Syd Barrett (vocalista/guitarrista/compositor original) não foi tão bom quanto deveria ser.
E quando essa pergunta foi direcionada a Waters, para ele tudo terminou depois do álbum "Wish You Were Here" (9º disco, 1975).
Depois do sucesso de um dos seus melhores álbuns com uma das maiores capas de discos de todos os tempos com "Wish You Were Here", sempre houve dúvidas sobre até que ponto eles poderiam chegar. Quando você tem sucessos como as músicas "Money" e "Time" (ambas lançadas no 8º disco, "The Dark Side of The Moon", 1973), é difícil mesmo conseguir laçar aquele mesmo raio e magia mais uma vez para deixar guardado dentro de uma garrafa.
De qualquer forma, Waters não pretendia repetir a mesma fórmula e a memória de Barrett já começava a pesar em sua mente. A odisseia no disco "Wish You Were Here" é um comovente tributo a Barrett e um conto de advertência sobre o que a indústria musical tem reservado para as bandas de rock.
Embora o PINK FLOYD continuasse a alcançar patamares ainda maiores tanto no palco quanto no estúdio, Waters pensou que esta foi a última vez que tudo parecia uma entidade criativa, conforme entrevista para o site Musician: “Acho que você poderia dizer que o álbum 'Wish You Were Here' foi escrito parcialmente e especificamente sobre Syd Barrett, mas também principalmente sobre minha sensação de ausência que estava começando a sentir dentro da banda, assim como para os outros membros. No que me diz respeito, 'Wish You Were Here' foi o último disco do PINK FLOYD como uma banda em processo coletivo e criativo. O álbum 'The Wall' (11º disco, 1979) foi meu álbum, assim como o disco 'The Final Cut', independente de quem tocou nele ou não”.
Infelizmente, não é como se Waters estivesse necessariamente errado.
"The Wall" pode ser um dos melhores álbuns da carreira do PINK FLOYD, mas considerando o quanto ele esteve envolvido com o disco, pode muito bem ser um álbum solo de Roger Waters, em vez de um verdadeiro projeto de todo grupo. Por outro lado, dizer que tudo parou no disco "Wish You Were Here" deixa o álbum seguinte, "Animals" (10º disco, 1977), de fora, o que seria uma lástima considerando que apresenta as melhores colaborações entre todos os membros da banda em músicas como "Dogs".
E mesmo Waters deixando a banda depois do disco "The Final Cut", ver David Gilmour (vocalista/guitarrista) assumindo as rédeas no álbum "The Division Bell" (14º disco, 1994) teve seu quinhão de destaques, especialmente contando com a volta em definitivo do tecladista Richard Wright.
Pelo relato de Waters, a camaradagem da banda pareceu desmoronar no meio da produção do álbum "Wish You Were Here", levando Waters a mergulhar ainda mais em sua própria psique, em vez de se preocupar com seus companheiros de banda, já que todos ainda estavam no mesmo barco.
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