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  • by Brunelson

Pink Floyd: o riff que Roger Waters considerou "estúpido, monolítico e burro"


Nenhuma regra diz que um artista deve gostar de cada música em que trabalhou ou criou.

Mesmo que os músicos tendem a ter pelo menos um pouco de fé nas canções que escolhem para serem lançadas em um disco, antes, eles passam muitas horas e dias no estúdio trabalhando em músicas que não estão agradando alguém da banda.

É impossível agradar a todos os músicos no estúdio e o PINK FLOYD sempre forneceu amplas provas disso.


Ao longo de sua carreira, nenhum dos membros mediu palavras quando questionados sobre o que consideravam o pior disco em seu catálogo. Embora cada integrante possa ter desprezado o álbum "Atom Heart Mother" (5º disco, 1970), a tensão criativa começou a ferver freneticamente depois que eles se tornaram um dos maiores nomes da música.

Na esteira do álbum "The Dark Side of The Moon" (8º disco, 1973), Roger Waters (vocalista/baixista) passou os anos seguintes ousando sonhar maior, fazendo o álbum sucessor, "Wish You Were Here" (9º disco, 1975), um tributo brilhante ao ex-colega de banda, Syd Barrett (vocalista/guitarrista/compositor original do PINK FLOYD).


Depois de perseguir os perigos da indústria musical em canções como “Welcome to The Machine” (9º disco), foi no álbum "Animals" (10º disco, 1977) que apresentou a dissecação de práticas comerciais corruptas em suas letras, comparando magnatas a vários personagens do livro "A Revolução dos Bichos" do autor George Orwell.

Embora cada disco do grupo parecesse um salto distinto, Waters procurou transmitir a tragédia definitiva do rock ‘n’ roll com o álbum "The Wall" (11º disco, 1979). Extraindo elementos de sua vida pessoal, a experiência desse álbum duplo da banda se tornaria o projeto mais ousado que eles assumiriam, com cada membro tentando tornar a visão de Waters uma realidade.

Embora Waters tenha escrito a maior parte das músicas do disco "The Wall", ele admitiu plenamente que achava que algumas delas não eram as peças mais avançadas do mundo. Apesar de sua reputação de fazer a música progressiva mais aventureira que o mundo já tinha ouvido, Waters achou que o riff de abertura do álbum, a canção “In The Flesh”, era um pouco rudimentar para os seus padrões.

Dando início à história do álbum, as batidas da guitarra na abertura praticamente definem o cenário antes que alguém comece a cantar, soando triunfantes e ao mesmo tempo indicando que nem tudo está estável através das curvas sutis da guitarra. Porém, ao falar sobre como trabalharam nessa música, Waters achou que o riff não era nada de especial, lembrando uma vez em entrevista: “Precisávamos de um começo, então, entrei na sala do estúdio com o meu baixo e falei: 'Preciso de algo sonoro que seja realmente estúpido. Bastante barulhento, monolítico e burro’”.

Embora o riff não seja a peça musical mais complexa de se tocar, ele serve ao seu propósito ao capturar o espírito da vida de uma estrela do rock - de acordo com a mensagem conceitual do disco "The Wall" - muitas vezes tocando o mesmo riff repetidamente na estrada em turnês até que quase não soe mais como uma música.

Embora esse álbum tenha levado o PINK FLOYD mais uma vez à estratosfera como uma banda de estádios, ele nunca pôde ser sustentado em outras oportunidades com todo o grupo, com Waters deixando a banda para uma carreira solo logo após gravar o próximo álbum, "The Final Cut" (12º disco, 1983).

Considerando o tema central do álbum "The Wall" - de um músico sendo dominado pelo sucesso - não é difícil ver a música “In The Flesh” e a sua insatisfação criativa com a mesma, como uma suposta dica de que Waters queria sair da banda.


“In The Flesh”








































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