Pink Floyd: o álbum da banda que o tecladista Richard Wright considerou uma "labuta" para gravar
by Brunelson
7 de mai.
7 min de leitura
Atualizado: 8 de mai.
Todo grande álbum geralmente vem de um pouco de tensão no ar antes que alguém pegue um instrumento.
Há muitos caminhos excelentes que você pode seguir quando tudo começa a soar bem, mas quando os artistas encontram um obstáculo na produção, algo tão fácil quanto mapear uma linha de guitarra se torna um fardo na maior parte do tempo.
E embora muito tenha sido dito sobre o PINK FLOYD passar por alguns bocados gravando o álbum "The Wall" (11º disco, 1979), uma vez o tecladista Richard Wright disse que o início das gravações para o álbum anterior, "Animals" (10º disco, 1977), também não foi exatamente um passeio no parque.
Ainda havia espaço para colaboração quando eles quisessem, mas na maioria das vezes, Roger Waters (vocalista/baixista) tinha sua própria visão e estava fadado a usar o resto do grupo como músicos de sessão de estúdio se isto significasse tentar gravar algo absolutamente perfeito.
E para dar crédito a Waters, o álbum "Animals" é um dos maiores conceitos que ele já criou para um disco do PINK FLOYD. A maioria das pessoas poderia se agarrar aos temas dos álbuns "The Dark Side of The Moon" (8º disco, 1973) ou "Wish You Were Here" (9º disco, 1975) se quisessem, mas ouvir o grupo dissecar as partes repugnantes da sociedade e comparando-as ao livro de George Orwell, "A Revolução dos Bichos", é muito mais avançado do que qualquer um poderia ter previsto na época.
No entanto, uma vez que Wright conseguiu gravar algumas de suas partes, ele pensou que não tinha muito espaço para trabalhar, dizendo ao biógrafo da banda, o escritor Mark Blake: "O disco 'Animals' foi uma labuta. Não foi um álbum divertido de fazer, mas foi quando Roger Waters realmente começou a acreditar que ele era o único compositor da banda. Ele acreditava que era somente por causa dele que a banda ainda estava acontecendo, e obviamente, quando ele começou a desenvolver suas viagens de ego, a pessoa com quem ele teria seus primeiros conflitos seria eu".
Não é tão difícil ver por que Wright teria problemas com o disco. Como Waters e David Gilmour (vocalista/guitarrista) escreveram esse álbum inteiro, não havia espaço para ele se expressar além de tocar os acordes no teclado e adicionar pequenas peças de acompanhamento quando podia.
Por outro lado, há um caso a ser feito de que essa é uma das melhores contribuições de Wright para um disco do PINK FLOYD.
Claro, ele não está voando pra cima e pra baixo colocando seu teclado em 1º destaque ou algo assim, mas ao manter as coisas incrivelmente simples, seus teclados agem como uma base sólida para a atmosfera assombrosa de cada música. Já que a maior parte do trabalho de Gilmour em uma canção como "Dogs" é cantar e tocar guitarra, ouvir os sons ameaçadores de Wright atrás dele é o equivalente musical de um filme de suspense.
Mas voltando a regência de Waters, já que Wright não estava fazendo o que queria nesse disco, no futuro próximo Waters imaginou que seria melhor não tê-lo no grupo, eventualmente o demitindo no meio das sessões de gravação do álbum sucessor, "The Wall". Ao fazer isso, o PINK FLOYD perdeu uma parte essencial de sua fundação musical e aquele elemento humano da harmonização de Wright e Gilmour seria perdido por um tempo.
Wright pode ter tido que ficar em 2º plano quando estavam gravando o disco "Animals", mas mesmo que ele não estivesse na frente e no centro, sua presença é sentida tanto quanto é ouvida nos clássicos do PINK FLOYD que ficaram marcados na história.
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