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Pearl Jam: o álbum da banda que para Eddie Vedder "foi muito difícil e rápido para acompanhar”

  • by Brunelson
  • há 12 minutos
  • 3 min de leitura
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Qualquer banda que se reúne para gravar um disco precisa estar em sintonia durante aqueles poucos meses no estúdio. 


Nem todas as músicas precisam ser uma obra-prima depois de finalizadas, mas se todos tiverem os mesmos objetivos em mente e estiverem focados em fazer o melhor que podem no momento, geralmente o resultado será, no mínimo, competente.


Mas isso normalmente envolve que todos estejam em sintonia, e Eddie Vedder, vocalista do PEARL JAM, nunca teve medo de admitir quando sentia que estava fora de sintonia com o resto do grupo.


Mas em meados da década de 90, o PEARL JAM se tornou extraoficialmente a banda de Vedder. A ética central do grupo pode ter sido Stone Gossard (guitarrista) e Jeff Ament (baixista) em seus primórdios, mas no minuto em que Vedder começou a cantar com aquela voz grave de barítono para o mundo inteiro conhecer e se apaixonar, todos perceberam que tinham um novo astro na frente, com a dose certa de carisma e integridade de uma cultura real para levá-los ao estrelato.


Na verdade, talvez ele tivesse um pouco de carisma demais, pois Vedder não queria esse tipo de atenção, e ouvindo álbuns do PEARL JAM como "Vitalogy" (3º disco, 1994) e "No Code" (4º disco, 1996), parecia que a banda estava sendo mantida à distância dos holofotes de propósito em muitos aspectos.


Ambos os álbuns possuem momentos brilhantes, mas ao ouvir músicas obscuras, experimentais e totalmente anti-comerciais como "Bugs", "Pry To", "Aye Davanita", "Hey Foxymophandlemama, That's Me" (todas do 3º disco) ou "Who You Are", "Present Tense" e "I'm Open" (todas do 4º disco), Vedder parecia mais preocupado em tornar suas letras e musicalidade o mais impessoais possível. 


Porém, quando alguém deixa de lado a pele de rockstar por tanto tempo, chega um momento em que começa a entender por que entrou na música, e com o álbum sucessor, "Yield" (5º disco, 1998), foi quando o PEARL JAM resolveu voltar a soar como eles mesmos, através de uma fórmula de composições que tinha aglutinado todo seu histórico e que seria o molde para seus álbuns futuros.


Mesmo assim, tirando alguns momentos que flertam com sua atitude de se auto sabotarem como nas músicas "Push Me Pull Me", "Red Dot" e "Hummus", a banda lançaria sua série de canções mais sólida desde o álbum "Versus" (2º disco, 1993), com quase metade do álbum sendo composta por um material mais adequado para as rádios, seja em músicas como "Faithfull", "Wishlist", "Do The Evolution", "In Hiding", "Given to Fly" ou "Low Light".


Embora Vedder tenha sido o líder por trás dos últimos álbuns da banda, ele se lembra que essa foi uma das primeiras vezes em que ele ficou em 2º plano por muito tempo, dizendo uma vez em entrevista na época do seu lançamento: "Basicamente, o disco 'Yield' foi ótimo porque a música estava saindo rápida demais para acompanhá-la liricamente, e as letras que os outros membros da banda escreveram, são coisas que tenho orgulho e prazer em cantar". 


Mas dar tempo para o resto da banda brilhar estava longe de ser uma coisa ruim.


Algumas músicas tinham tendências artísticas, como a canção "Pilate", mas a música "Low Light", de Ament, é uma das baladas mais ternas de sua carreira, e quando Vedder finalmente se destaca cantando-a, seus comentários são absolutamente selvagens.


E o que dizer da canção "Faithfull", composta inteiramente pelo guitarrista Mike McCready com uma pequena ajuda pelo telefone através de uma pitada (uma colinha) de Gossard para ajuda-lo a fazer a intersecção entre 02 partes da música?


Assim como sua aversão aos grandes negócios estava viva e forte na canção "Do The Evolution", que é o tipo de música de despedida para o tipo de pessoa que surge a cada geração, aquela que tem dinheiro demais e sustenta seu filho (a) e está determinado a provar por que é a "melhor" espécie do planeta Terra - assim como esse filho (a), que não adquiriu nada na vida por conta própria e se vangloria por aí dizendo que tudo o que tem foi por esforço próprio ganhando mesada do pai até hoje ou vivendo agarrado na calça da mãe.


Sendo assim, embora os 04 primeiros álbuns de estúdio do PEARL JAM ocupem um lugar especial no coração dos fãs da banda, o disco "Yield" sempre será um dos seus álbuns mais consistentemente excelentes - e que para muitos fecha a 1ª parte da carreira do grupo.


É o PEARL JAM encontrando seu caminho para se manter nele, onde a banda encontrou um meio-termo onde praticamente não havia como errar.


"Brain of J." (Disco: "Yield")


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