Kim Thayil: "Nirvana faz as melhores músicas idiotas do mundo", disse o guitarrista do Soundgarden nos anos 90
by Brunelson
há 1 hora
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No livro do autor Stuart Braithwaite, "Spaceships Over Glasgow", ele escreve com carinho sobre sua 1ª vez no Reading Festival na Inglaterra em 1991 e como foi ver o NIRVANA pela 1ª vez nesse mesmo festival. Braithwaite, entre muitos outros amantes da música rock na época, era um tanto marginalizado, então, quando Kurt Cobain e companhia alcançaram a fama, foi revigorante e reconfortante para ele ver e sentir.
“Quando se tornou popular, sentimos como se tivéssemos morrido e ido para o céu. Especialmente naquela idade, foi inspirador ver aquela música se infiltrando no mainstream em vez de se tornar o mainstream”, disse ele. “Vi o NIRVANA se apresentar no Reading Festival ainda em 1991 e não tinha a mínima ideia da fama que estava prestes a levá-los a serem headliners do mesmo Reading Festival em 1992. Eles eram apenas uma pequena banda em 1991, mas tocaram incrivelmente bem naquele dia. Olhando para trás, para este show de 1991, meio que os marcou e havia uma anarquia estranha que estava ganhando força”.
Alguns chamam de anarquia, mas o que era tangível foi um senso de rebelião no NIRVANA. Eles estavam sempre dispostos a falar sobre questões políticas e sociais, tanto no palco quanto fora dele. Eram também rebeldes românticos, vestidos em roupas de flanela, jeans e tênis de skate, sem se importarem com o que o mundo ao redor pensava.
Kim Thayil (guitarrista do SOUNDGARDEN) e Kurt Cobain foram entrevistados juntos uma vez em determinado momento quando suas bandas já eram gigantes globais nos anos 90, onde conversaram sobre turnês e o que achavam da música um do outro.
Thayil, mais velho na cena underground de Seattle e com o SOUNDGARDEN surgindo antes do NIRVANA, não hesitou em expressar sua admiração pelo NIRVANA. Ele admitiu ser um grande fã, mas também apresentou o NIRVANA de uma forma com a qual muitas pessoas provavelmente torceriam as sobrancelhas.
"Na década de 80, eu via todos os shows do NIRVANA em Seattle. O último ônibus que eu pegava saindo do meu trabalho era à meia-noite, então, era perfeito para poder assisti-los. Eles são demais! NIRVANA faz as melhores músicas idiotas do mundo! Eles são idiotas no bom sentido, como os RAMONES".
Muitas pessoas não diriam que a música do NIRVANA era boba, muito pelo contrário, com sua parte lírica muito bem pensada e elaborada, era um acompanhamento musical perfeito e discreto para transmitir seu poder e explosão. Tudo foi profundo no cognitivo e gerando alguns "tapas na cara" fazendo cair as vergonhas mais íntimas do ser humano, apresentando um balde cheio com muito significado por trás do que escreveram para um público mainstream.
Cobain se mostrou disposto a ser antagônico na forma como abordava os assuntos, ao mesmo tempo em que falava sobre temas que muitos outros músicos teriam receio de abordar e sequer eram citados em letras de músicas até aquela época.
Claro, Thayil se referiu à sonoridade simples da banda, composições no compasso clássico de 4x4, etnia punk rock e arranjos, versos e refrões fáceis de gravar na cabeça feito chiclete (e não ao significado de suas letras), mas que de mãos dadas à parte lírica das canções e entrega vocal sincera de Cobain (coisa rara hoje em dia), foi o que fez o NIRVANA se tornar em uma das maiores bandas de rock de todos os tempos - e influenciando artistas até hoje.
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