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Bikini Kill: a amizade predestinada entre a vocalista da banda, Kathleen Hanna, com o frontman do Nirvana, Kurt Cobain

  • by Brunelson
  • 4 de set.
  • 8 min de leitura

Atualizado: 22 de set.

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Quando Kurt Cobain estava na escola, ele lutava para fazer amigos. Ao contrário de alguns, cujas lutas geralmente se concentram em sair de suas conchas, Cobain sabia que era diferente no momento em que detectou um certo problema que ele via no ambiente escolar: “As mulheres são totalmente oprimidas, quero dizer, a palavra ‘vadia’ era totalmente comum”.


Assim como Cobain, o acerto de contas de Kathleen Hanna (vocalista do BIKINI KILL) com a injustiça do mundo real aconteceu cedo. Aos 09 anos de idade, ela aprendeu o poder da lendária líder do pensamento feminista, Gloria Steinem, depois que sua mãe a levou a um evento de Steinem, onde ela ficou vislumbrada: "Foi a 1ª vez que estive em uma grande multidão de mulheres gritando e isso realmente me fez querer fazer isso para sempre", disse Hanna em seu livro biográfico, "Rebel Girl".


Hanna e Cobain não se conheciam na época, mas suas mentes já funcionavam de maneiras semelhantes. Embora o futuro vocalista/guitarrista do NIRVANA nunca tenha sentido na pele e alma as verdadeiras lutas pessoais de Hanna como uma mulher navegando em uma sociedade dominada por homens, ele compreendeu o conceito de opressão antes da maioria. Cobain se sentiu condenado ao ostracismo, sobrecarregado pela percepção de que parecia ser um dos poucos que reconhecia tais deficiências sociais ainda na década de 80.


Hanna carregava esse peso em sua poesia falada, chamando a atenção para uma feiura tão implacável quanto Gloria Steinem pregava. O caminho nunca seria fácil, mas parecia natural, como um fogo interior que nunca parava de queimar, apenas exumado por pessoas que pensavam, viam e falavam sobre o mundo de maneiras que eram muito diferentes de qualquer coisa que ela já havia considerado realidade.


Na escola, Cobain não lutava apenas para fazer amigos porque parecia diferente, pequeno e magrelo. Ele lutava porque sentia que havia um problema inato com a forma como as pessoas se apresentavam. Embora fossem apenas crianças, isso estabeleceu um precedente para como elas entrariam na sociedade, o que o fez se sentir ainda mais solitário sem nenhum canal real para expressar tal desilusão.


Felizmente, Cobain eventualmente canalizaria seus valores para sua música, assim como Hanna quando ela mudou seu ofício da palavra falada para a música. E a camaradagem futura da dupla viria a se concretizar no final dos anos 80, o que os levaram a sair para beber juntos em agosto de 1990. Naquela noite, eles picharam os muros da cidade de Olympia (próxima a Seattle) com profecias esperançosas de mais de uma maneira.


Já alinhados, os grafites que deixaram em seu rastro sinalizaram seus desejos de mudar o mundo para melhor. Depois, eles foram a mais alguns bares antes que o apartamento de Cobain os chamassem de volta para continuar a rebelião.


No dia seguinte, Hanna sabia que tinha se perdido na noite anterior, quando a névoa de uma mente politicamente intoxicada tomou conta e tudo o que ela se tornou foi uma versão mais desinibida de si mesma, lado a lado com seu parceiro de crime de mentalidade semelhante. As ruas de Olympia foram cúmplices de uma controvérsia tão pura, e embora a dupla realmente tivesse tais crenças, a ressaca que se seguiu no dia seguinte pareceu quase tão inebriante quanto tentar salvar o mundo de si mesmo.


De acordo com Hanna, foi: "Uma daquelas ressacas em que você acha que se entrasse no quarto ao lado, poderia haver um cadáver lá dentro". Embora pudessem ter feito algo muito pior do que espalhar suas opiniões impopulares pela cidade de Olympia, o que se seguiu foi algo muito mais importante: inspiração para uma das canções mais icônicas da juventude na história do planeta Terra. 


Ao perceber que tinha "esmagado um monte de merda pelas ruas" na noite anterior, como a verdadeira anarquista que espreitava dentro de si, Hanna também pichou a mensagem "Kurt cheira a Teen Spirit" na parede do quarto dele em referência a uma marca de desodorante que a namorada de Cobain estava usando na época - Tobi Vail, baterista do BIKINI KILL.


É aqui que uma discrepância em suas personalidades se tornou clara. Enquanto Hanna desejava fazer uma piada sutilmente provocativa, Cobain achou a formulação bastante profunda, quase como se capturasse a essência da rebelião juvenil em apenas 04 palavras - e capturou, conforme ficou registrado na história com a música "Smells Like Teen Spirit" do NIRVANA (2º disco, "Nevermind", 1991). 



Assim como a maioria das canções do NIRVANA, essa música tocou na angústia de uma geração que se encheu de desespero, como uma canalização cataclísmica de tudo que Cobain sentiu atormentado ao crescer e vendo o mundo e comportamento dos seres humanos que lhe rodeavam.


Mesmo agora, Hanna sabe que suas chamas teriam se acendido com o mesmo fervor, sendo pioneira do movimento feminista chamado Riot Grrrl no começo dos anos 90.



Refletindo sobre sua amizade com Cobain e o legado do NIRVANA em seu livro biográfico, "Rebel Girl", seu único desejo era que Cobain tivesse vivido o suficiente para testemunhar o que aconteceu com seu trabalho, concluindo. "Eu realmente queria que Kurt Cobain tivesse gostado e essa é a parte difícil, tipo, apenas ficar pensando: 'Nossa, eu queria que ele tivesse nos visto viver além dos estúpidos anos 90'".






















































































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