Jerry Cantrell: a música do Led Zeppelin que para ele foi a maior inspiração e influência para o tipo de som do Alice in Chains

A repercussão que o LED ZEPPELIN causou no mundo da música quando começou a sua carreira, se espalhou pelo planeta inteiro e influenciou artistas de vários gêneros. 

Dito isso, há uma enorme diferença na forma como as pessoas tentam interpretar essa influência.

LED ZEPPELIN tinha um som totalmente novo (ok, várias canções eles tiveram que responder em julgamento mais tarde por terem pegado "emprestado" de outros músicos) e quando novos gêneros e estilos são introduzidos na música, há aqueles que se deixam inspirar pela inovação e aqueles que tentam copiá-los descaradamente.

Jerry Cantrell consegue se enquadrar na 1ª categoria acima. Quando você ouve o estilo pesado, arrastado e devastador que ele executa como guitarrista e compositor desde sempre do ALICE IN CHAINS, sem dúvida há uma influência do LED ZEPPELIN ali no meio, mesmo o ALICE IN CHAINS não estar copiando o LED ZEPPELIN.

Cantrell falou certa vez sobre o desejo de uma banda de encontrar seu próprio som e a importância disso. ALICE IN CHAINS sabe muito bem disso, pois ganhou destaque em Seattle nos anos 90 e ao redor do mundo quando o grunge estava governando as coisas. Durante esse período, algumas bandas copiavam descaradamente o som grunge, enquanto outras o usavam para conquistar seu espaço no movimento.

“É engraçado, pois li uma entrevista com Ian Anderson (vocalista do JETHRO TULL) de 1978 ou de 1979, e ele foi questionado sobre como criou seu próprio som”, lembrou Cantrell em entrevista. “E a resposta dele foi algo como: ‘Não podíamos fazer rhythm and blues pesado porque o LED ZEPPELIN era a melhor banda do mundo para isso. Não podíamos fazer rock 'n' roll com pegada blues porque o ROLLING STONES era o melhor nisso. E não podíamos fazer rock espacial psicodélico porque o PINK FLOYD era o melhor nisso... Então, tentamos preencher a lacuna’. E quer saber, eu achei a declaração dele incrível!”

Cantrell continuou: “É isso que todos nós buscamos, a nossa própria lacuna para existir. Eu não compararia o ALICE IN CHAINS ao LED ZEPPELIN, pois definitivamente ocupamos nosso próprio espaço. Espero que seja aí que uma nova banda chegue ao final da sua busca e talvez inspire alguém a encontrar seu próprio caminho”.

Uma das coisas que Cantrell mais gosta no LED ZEPPELIN é a excelência musical demonstrada por toda a banda. Embora o guitarrista Jimmy Page tenha tido muitas ideias para o LED ZEPPELIN, a banda não teria alcançado o sucesso que alcançou se cada membro não tivesse trazido sua própria influência única. O vocalista Robert Plant, o baterista John Bonham e o baixista John Paul Jones, foram tão cruciais quanto Page na entrega do som variado pelo qual o LED ZEPPELIN ficou famoso.

“O que eu amo neles antes de tudo, é que eles são uma banda de verdade. Não estou tirando nada de Jimmy Page, mas foram necessários John Bonham, Robert Plant e John Paul Jones para que se tornasse uma banda... Assim como o ALICE IN CHAINS”, disse Cantrell. “Eu faço parte de um coletivo e não teria chegado tão longe se não tivesse esses caras para fazer música junto comigo”.

Esses diferentes membros da banda conseguiram alcançar uma gama sonora tão ampla e essa variedade significou que eles tiveram uma diversidade de estilos musicais em exposição ao longo de cada álbum do LED ZEPPELIN lançado. E dentre tantas referências e elogios ao LED ZEPPELIN, Cantrell foi levado a responder qual a música deles que pode ser o ápice de influência e inspiração para o tipo de som que o ALICE IN CHAINS toca.

E sua resposta foi certeira como uma flecha, o que não deixa dúvidas e que não poderia ter sido outra canção, para que essa confluência com o ALICE IN CHAINS brotasse do jeito que a banda ficaria conhecida, dado ao seu andamento musical e clima sonoro característico: "Não há muito que eles tenham feito que eu não goste, mas a música 'Dazed and Confused' sempre vai se destacar para mim por ser muito pesada", concluiu Cantrell.

"Dazed and Confused" (1º disco, "Led Zeppelin", 1969)