Bob Dylan: quando escolheu sua música preferida de Neil Young
by Brunelson
31 de jul.
6 min de leitura
Atualizado: 1 de ago.
Em 1971, Neil Young estava deitado na cama se recuperando de uma lesão nas costas, mas seu ânimo estava estranhamente alto para um homem doente.
Ele estava se apaixonando perdidamente por Carrie Snodgress, a estrela do filme, Diary of a Mad Housewife. O título problemático desse filme pode muito bem ter servido como um presságio para Young, mas ele estava muito apaixonado e acabaria se perdendo.
Ele logo escreveu uma ode que foi criticada pelo movimento de libertação das mulheres por suas letras sexistas, e até mesmo os críticos frequentemente misóginos da época acharam suas letras carregadas. Em um momento em que Young estava se encontrando em todos os sentidos, esta canção cairia por terra em todas as frentes.
Ou pelo menos caiu na maioria dos círculos...
Ele pretendia que a música, "A Man Needs a Maid" (4º disco, "Harvest", 1972), servisse como a peça parceira de outra canção lançada nesse mesmo álbum, "Heart of Gold", para pintar um quadro completo de saudade dolorosa, mas uma se saiu muito melhor nos livros de história do que a outra.
Afinal, o sentimento da música "A Man Needs a Maid" estava desatualizado mesmo após seu lançamento. Seu título redutor levou ao protesto do movimento feminista e deixou fãs obstinados coçando a cabeça em busca de uma defesa.
Embora haja um argumento de que a intenção de Young era, de fato, o oposto de sua interpretação final — empoderar as mulheres ao invés de desrespeita-las — havia muita ambiguidade na mistura para que isso brilhasse de fato. Porém, a defesa permanecer nebulosa não quer dizer que estamos falando de um ouvinte de "mente fechada", mas sim, de um compositor que lutou para transmitir seu verdadeiro ponto de vista em uma mensagem que soou ambivalente.
Até mesmo a defesa que Young ofereceu durante um show logo após o lançamento do disco "Harvest" pareceu hesitante: “Essa é outra música nova. Chama-se ‘A Man Needs a Maid’. É meio que… Não significa realmente o que diz. É só a ideia de que, se alguém pensaria o suficiente para dizer algo assim, mostraria que algo mais está acontecendo nos bastidores, então, não leve para o lado pessoal quando eu disser isso, porque eu realmente não quero uma empregada doméstica”.
No entanto, Bob Dylan era um amigo acostumado a pescar os pontos positivos nas músicas. Seu modo era desmontar as coisas e ver como funcionavam, como uma criança prodígio da engenharia mexendo com a mecânica das músicas folk em vez de peças de bicicleta. E Dylan viu muitos pontos fortes nesta canção de Neil Young, os mesmos pontos fortes que encorajaram Young a se ater à melodia.
Como Young disse uma vez ao falecido jornalista musical Johnny Rogan: “Algumas pessoas acharam que os arranjos dessa música eram exagerados, mas Bob Dylan me disse que era uma de suas canções preferidas".
Seus tons arrebatadores e sentimentais são certamente um avanço inovador nos padrões folk que Young eletrizou no gênero, em parte porque soava diferente do tipo de melodia que ele estava oferecendo na época, mas mesmo com os elogios de Bob Dylan e com Neil Young afirmando seu verdadeiro significado, essa música ainda pertence a uma áurea vilipendiada, e com razão, por mulheres que ainda tentam superar a perpetuação da linguagem machista que são rotuladas contra elas.
Entretanto, se trata de uma profissão honrosa e digna como qualquer outra, sendo reconhecida pelas leis trabalhistas e merecedora de todos os benefícios que uma profissão de carteira assinada oferece. Pois seja qual for seu ramo de atuação, a pessoa trabalhando de forma profissional, sempre crescendo, com empatia e visando o bem e o respeito ao próximo, é merecedora de estar nos mesmos níveis relacionais e visão de olhos com qualquer outro que também leve sua profissão nesses moldes.
Comentários