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  • by Brunelson

R.E.M: a música que Michael Stipe escreveu para "superar" o Nirvana


O coração e a alma do R.E.M. sempre levam de volta às letras do vocalista Michael Stipe.


Embora possa não ter sido fácil tentar discernir o que ele estava tentando dizer na maioria dos álbuns lançados na década de 80, as palavras de Stipe pintaram imagens abstratas de como era se sentir um desajustado naquele período, fazendo com que os seus fãs se sentissem um pouco menos sozinhos em músicas como "Talk About The Passion" e "Radio Free Europe" (ambas lançadas no 1º disco, "Murmur", 1983).

E mesmo que Stipe tivesse o seu próprio estilo influenciável para vários artistas que viriam na década seguinte - como Kurt Cobain, Eddie Vedder e Thom Yorke - ele ainda estava aproveitando o que a cena grunge tinha a oferecer no começo dos anos 90.



Enquanto toda a turma do grunge de Seattle e região aumentavam os volumes de suas guitarras e gritavam palavras de dor e de marginalizados, Stipe estava adotando uma abordagem completamente diferente quando foram gravar um dos clássicos álbuns do grupo, "Automatic For The People" (8º disco, 1992).

Sendo muito mais moderado do que os seus álbuns anteriores, Stipe começou a adotar em suas letras uma abordagem cansada do mundo, retratando imagens de pessoas que estavam entrando em seus anos de crepúsculo ou passando por uma enorme crise de meia-idade, em canções como "Try Not to Breathe" e "Sweetness Follows".


Embora a maior parte desse disco fosse sobre estender a mão àqueles que precisavam de um amigo, a música "Man on The Moon" pegou algumas dicas do que grupos como o NIRVANA estavam fazendo.

Escrita como uma homenagem ao comediante Andy Kaufman, a letra de Stipe nesta canção evoca imagens de tempos passados e de como a vida era simples, antes de voltar à realidade onde nada parece ser realmente legal e todos estão preocupados em saber para onde ir. Mesmo que a letra seja bem realista, o final de cada verso era uma piada interna sutil sobre o estilo lírico de Kurt Cobain.

Desde o primeiro dia, Cobain nunca se preocupou com letras profundas (enigmáticas, sim), escrevendo músicas como "Breed" com palavras que podiam parecer incoerentes de uma linha para outra (2º disco, "Nevermind", 1991). Embora muitos fãs do grunge tivessem dificuldade em entender o que Cobain dizia na metade do tempo, Stipe notou a superabundância de Cobain usando a palavra “yeah”, especialmente na canção "Lithium" onde essa palavra ocupa todo o refrão (2º disco).

Ao trabalhar na música "Man on The Moon", Stipe tentou "vencer" o NIRVANA em seu próprio jogo, incluindo tantos “yeah” quanto pôde nos versos, terminando cada linha dizendo-a 04 vezes. Como o restante da letra tinha um tom melancólico, os “yeah” de Stipe representam a sua insatisfação por não querer mais ouvir a constante enxurrada de informações nas rádios e na TV.

Entretanto, Cobain e o NIRVANA iriam chegar ainda mais perto do som do R.E.M. em sua lendária apresentação no acústico da MTV em 1993, operando e simplificando o som das músicas do NIRVANA em material acústico e sublime, assim como são as maiorias das canções do R.E.M.







"Man on The Moon"






























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