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  • by Brunelson

R.E.M: resenha do disco "Dead Letter Office", coletânea de raridades, covers e lados-b


A coletânea de raridades, covers e lados-b do R.E.M, "Dead Letter Office" (1987), é uma visão maravilhosa e multifacetada vista de outra forma sobre os ícones do rock alternativo.

Não apenas porque lança luz sobre as influências do grupo e não apenas porque contém algumas sobras de estúdio mais interessantes dos primeiros dias da banda, mas sim, porque é uma fonte inestimável de informação.

E no encarte desse disco, o guitarrista Peter Buck deixou escrito uma resenha sobre o mesmo, onde vemos Buck no seu lado mais vertiginoso e sarcástico.


Há a sua avaliação da música "Bandwagon", que ele afirma ter sido originalmente chamada de "The Fruity Song"; a curta observação para a canção "Rotary Ten", que ele descreve como um "tema de filme sem filme"; e a sua lembrança que deixou escrita na música "Crazy", em que se sentiu “de repente deprimido por essa coletânea ser muito melhor do que os nossos álbuns de estúdio”.

Ele também está feliz em dizer que a banda se cansou de canções como "Burning Down" e "Ages of You", ou como o cover "Pale Blue Eyes" do VELVET UNDERGROUND apresenta um "solo extremamente desleixado" dele mesmo.


Buck leva um breve momento para lamentar que a música "Windout" provavelmente poderia ter se encaixado no 2º álbum de estúdio da banda, "Reckoning" (1984), e declara descaradamente o seu fanatismo pelo AEROSMITH através do improvável cover "Toys in The Attic", afirmando ser "sempre divertido de tocar nos shows".

Mas a melhor avaliação vem para o cover de Roger Miller, "King of The Road". A versão do R.E.M. continua sendo uma das gravações mais notórias na carreira da banda e Buck define a sessão de gravação no estúdio tendo sido ocorrida “no final de um longo dia encharcado de álcool”. E você pode dizer na execução da banda que o vocalista Michael Stipe mal conhecia as letras e é possível ouvir Buck e o baixista Mike Mills gritando acordes uns aos outros na tentativa de entrarem no mesmo ritmo.

“Suponho que, se tivéssemos alguma vergonha, nunca teríamos permitido que essa pequena joia visse a luz do dia”, acrescentou Buck. “Se houvesse alguma justiça no mundo, Roger Miller deveria nos processar pelo que fizemos com essa música”.

De fato, a versão da canção "King of The Road" é caótica e aleatória, mas de uma maneira reconhecidamente encantadora.

Os gritos dos acordes "F" e "G" enquanto a banda encontra o arranjo em tempo real, são o tipo de coisa que as bandas fazem antes que os holofotes acendem em sua frente, mas aqui ouvimos o R.E.M. em um estupor bêbado tentando tocar uma clássica música country dos americanos.

Confira esse cover do R.E.M. da música "King of The Road":







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