R.E.M: "tínhamos nos retirado da esfera pública e o disco 'Monster' foi o nosso escudo" - Parte 6
Em 2019, para marcar o 25º aniversário de outro álbum icônico do R.E.M, "Monster" (9º disco, 1994), o vocalista Michael Stipe e o baixista Mike Mills haviam sido entrevistados pela revista britânicaNew Music Express, falando sobre a turnê agridoce desse álbum que foi marcada pelas mortes de Kurt Cobain e do ator River Phoenix, ambos amigos de Stipe, além de outros assuntos como a separação amigável da banda em 2011.
Nesta 6ª parte que separamos para você, segue a entrevista onde eles falam sobre a importância que foi e o que gerou o álbum "Monster" na carreira da banda:
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Jornalista: Quanto você diria que o álbum e a turnê do disco "Monster" seguiriam para informar o próximo álbum, "New Adventures in Hi-Fi" (10º disco, 1996)?
Michael Stipe: Muito! Os caras da banda começaram a escrever novas músicas imediatamente e a praticá-las nas passagens de som durante a turnê. O ato de estar em turnê me impedia de ler livros e assistir a qualquer coisa que não fosse o seriado "Friends". Eu assisti na íntegra o seriado "Friends" porque a nossa amiga estava nele. Conhecemos Courtney Cox quando ela era a recepcionista do nosso agente de reservas. Ela fazia comida vegetariana pra mim sempre que íamos a New York.
Jornalista: Isso é bem legal...
Stipe: Então, ela foi descoberta por Bruce Springsteen, onde acabou se tornando uma atriz muito famosa. Recebi todas as fitas de "Friends" enviadas de Hollywood, mas tudo isso é para dizer que eu não poderia escrever músicas! Eu não poderia me envolver em nada mais naquela turnê do que me concentrar em me apresentar, chegar ao próximo lugar e fazer as devidas entrevistas. A banda escreveu a maior parte das músicas do próximo álbum durante essa turnê.
Jornalista: O disco "Monster" pareceu muito diferente depois disso?
Stipe: Sim, o álbum "Monster" se tornou uma coisa totalmente diferente depois disso. Tornou-se um gesto exagerado para tentarmos nos atualizar à época.
Mike Mills: O álbum "Monster" foi uma reentrada em nossa carreira... Tínhamos acabado de nos retirar da esfera pública e era como se a nave espacial voltasse, voltando com um escudo ao seu redor. O disco "Monster" era o nosso escudo térmico e tudo ricocheteou e pudemos voltar a entrar na esfera pública como músicos populares.
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