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The Who: "nesse álbum cometemos o maior erro de gravação que já fizemos”

  • by Brunelson
  • há 14 minutos
  • 2 min de leitura
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Nem toda banda de rock é feita para ser perfeita. 


Embora seja fácil apontar os melhores compositores de todos os tempos como tendo poucos ou nenhum erro, sempre haverá aquelas poucas músicas em que eles sentem que poderiam ter feito melhor. 


E quanto ao vocalista Roger Daltrey, um dos melhores momentos do THE WHO apresenta um problema gritante de produção.


Mesmo que o THE WHO possa ser visto hoje como uma criação do guitarrista Pete Townshend, Daltrey foi quem fundou o grupo no início dos anos 60, tocando uma versão rock and roll de clássicos do R&B e da soul music vindos diretamente dos EUA. E assim que Townshend começou a compor seu material e a explodir portas com hinos do rock'n roll como a música "My Generation" (1º disco, "My Generation", 1965), a banda começou a se consolidar como uma unidade criativa logo em seu 2º álbum de estúdio, "A Quick One" (1966).


Além dos riffs massivos presentes em cada música clássica do THE WHO, Townshend aos poucos se aprofundou na ideia de fazer uma declaração grandiosa com suas canções. Enquadrando os álbuns seguintes como óperas rock, "Tommy" (4º disco, 1969) se tornaria uma das declarações mais ousadas na carreira de Townshend, tomando como base um garoto surdo, mudo e cego que era um gênio na máquina de pinball, e unindo-a ao hard rock mais extravagante que o mundo já vira.


E criando mais uma história conceitual para o álbum "Quadrophenia" (6º disco, 1973), Townshend queria abordar temas diferentes que se integrassem ao lado operístico do disco, com diversas peças musicais entrando e saindo da mixagem. A produção também seguiu o mesmo exemplo, posicionando os instrumentos e caixas de som dentro da sala do estúdio de forma a criar um som quadrifônico, com a sensação da música envolvendo o ouvinte sempre que colocasse o vinil para tocar no toca-discos - esse efeito é mais perceptível quando se escuta em fones de ouvido.


Enquanto Townshend acreditava que a técnica levaria o rock a territórios desconhecidos, Daltrey não ficou tão impressionado com a nova tecnologia. Considerando a intensidade com que Daltrey investia em suas performances, ele mais tarde recordaria que essa nova abordagem de gravação fez com que alguns dos seus melhores trabalhos vocais fossem enterrados na mixagem.


Anos depois, ao falar sobre o álbum "Quadrophenia", Daltrey criticou o técnico de mixagem, Ron Nevison, por colocar muito eco em seus vocais, dizendo em entrevista: “Isto só deixou o som vocal fraco e foi o maior erro de gravação que já cometemos. Na minha opinião, o eco diminui a personalidade do meu vocal e isto sempre me irritou. Desde o 1º dia, eu simplesmente odiei o som. Ele fez isso com a minha voz nas gravações e eu nunca perdoei o Ron por isso”.


Considerando os enormes avanços que Daltrey fez para deixar sua voz em forma para o disco, fica bem claro por que ele ficaria chateado ao saber que tudo foi mantido em "segredo" quando a produção final do álbum "Quadrophenia" tinha terminado.


Por outro lado, se, por exemplo, a versão final da música "Love Reign O'er Me" ficou uma versão inferior na mente de Daltrey, só podemos imaginar como uma versão "seca" desta canção poderia ter ficado.


"Love Reign O'er Me" (Disco: "Quadrophenia")


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