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The Doors: o motivo alucinógeno que fez o guitarrista escolher seu solo preferido de uma canção da banda

  • by Brunelson
  • há 12 minutos
  • 3 min de leitura
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THE DOORS é uma das bandas de rock mais controversas de sua geração e de todos os tempos. 


Seus críticos os veem como uma multidão de palhaços bêbados e chapados esticando canções "chiclete" até muito além do seu limite, e com um poeta ruim na frente do palco. 


E quem ama o THE DOORS vê exatamente a mesma coisa, só que é isso que os tornam fãs e a banda em uma das maiores da história. Sendo um dos precursores do movimento contracultural no final dos anos 60, o grupo alcançou níveis incríveis de sucesso mundial. Eles foram uma das maiores e mais empolgantes bandas de rock'n roll da época e no auge do movimento hippie, considerando que é uma linhagem que compartilham com o GRATEFUL DEAD e o CREEDENCE, isso é dizer muita coisa.


Seguindo os padrões de uma banda de rock da década de 60, o THE DOORS tinha um enorme apetite por psicodélicos. O grupo alegava que isso ajudava a inspirar sua música, mas na maioria das vezes parecia apenas atrapalhar suas agendas de composição e gravação.


Em uma entrevista para a revista Vulture, o guitarrista Robby Krieger resumiu isso da melhor forma. Quando perguntado sobre seu solo de guitarra preferido de uma canção do THE DOORS, ele apontou para a clássica música, "When The Music's Over". É uma ótima escolha com um solo de guitarra absolutamente perfeito de Krieger, mas o motivo pelo qual ela possui um lugar especial em seu coração, vem menos da qualidade do álbum e do solo em si, e mais de como a mesma foi gravada.


Krieger falou: "Na noite anterior à gravação da canção 'When The Music's Over', Jim Morrison me telefonou à 01 hora da madrugada e disse: 'Hey, cara, você precisa vir aqui em casa. Eu e a Pamela (Courson, namorada de Morrison) estamos sob efeito de ácido LSD. Tomamos ácido demais e não sabemos o que fazer, socorro!' Eu fui até a casa deles, abri a porta e os dois estavam nus e em pânico". 


E o conselho que Krieger deu a eles só poderia ter sido seguido na década de 60 mesmo...


"Eu disse a eles que deveríamos ir todos para fora, porque estávamos bem ao lado do Griffith Park, que é um belo espaço ao ar livre. Minhas melhores viagens de ácido LSD é que é sempre melhor você estar ao ar livre, sabe? É simplesmente melhor estar na natureza, então, começamos a caminhar pelo parque e eu lhes disse: 'Espere um minuto, vocês precisam se vestir primeiro'". Depois de deixá-los "esfriar" por 01 hora caminhando pelo parque, eles voltaram à casa de Morrison e Krieger os colocou na cama para dormir, lembrando Morrison que eles tinham que estar no estúdio no dia seguinte.


Mas surpresa, o dia amanheceu e Morrison não apareceu no estúdio. Um desfecho que qualquer um que só tenha ouvido falar do nome "Jim Morrison" poderia ter previsto. A banda não teve outra escolha a não ser gravar o instrumental das canções que registraram naquele dia, com o tecladista Ray Manzarek gravando um vocal guia improvisado para Morrison recriar no dia seguinte.


O grupo estava preocupado que Morrison não conseguisse seguir o ritmo das músicas ou da linha melódica vocal que eles tinham criado, com receio de que tivessem que começar tudo do zero.


No entanto, se havia uma coisa que Morrison era capaz de fazer, era surpreender as pessoas. 


No outro dia: "Claro, Jim Morrison apareceu e arrasou tudo em uma única tentativa. Foi incrível, nunca pensei que ele pudesse fazer isso e a canção 'When The Music's Over' foi gravada assim", finalizou Krieger.


Um oportuno lembrete de que tudo o que foi notável e inspirador gravado por uma banda de rock na década de 60, nesse caso, foi direcionado (inalado, não) após uma viagem de ácido LSD.


"When The Music's Over" (2º disco, "Strange Days", 1967)


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