Stone Gossard: guitarrista do Pearl Jam cita o álbum da banda que é "a ovelha negra" na discografia do grupo
by Brunelson
há 7 horas
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Nenhum artista está a salvo daquele álbum sobre o qual os fãs não gostam de falar.
A enorme base de fãs do PINK FLOYD sempre vai olhar para o álbum "Ummagumma" (4º disco, 1969) como um experimento mistificador, e até mesmo alguns fãs dos BEATLES podem achar o disco "Yellow Submarine" (10º disco, 1969) uma peça aquém do seu rico catálogo.
E embora seja difícil dizer o que não se destaca no catálogo do PEARL JAM para os fãs mais assíduos, o guitarrista da banda, Stone Gossard, sentiu que um álbum em particular não recebeu tantos elogios quanto os outros da sua discografia.
Por outro lado, PEARL JAM não era o tipo de banda que deveria tocar rock and roll simples e de fácil digestão por toda a vida. Quando eles ficaram famosos com seu disco de estreia, "Ten" (1991), o grupo quase que imediatamente recuou da mídia, ficando ainda mais pesado e cru em seu som quando foram gravar seu 2º álbum, "Versus" (1993), e posteriormente criando músicas que soavam como se nem quisessem ser ouvidas, como as aberrações (no bom sentido) das canções "Bugs", "Pry To", Aye Davanita" e "Hey Foxymophandlemama, That's Me" (3º disco, "Vitalogy", 1994), nas experimentais músicas "Who You Are", "Present Tense" e "I'm Open" (4º disco, "No Code", 1996), e nas canções "Red Dot", "Push Me Pull Me" e "Hummus" (5º disco, "Yield", 1998).
Agora, com um novo álbum para gravar em meio a onda de boys/girls bands e da música eletrônica invadindo o novo milênio, era hora de experimentar novamente, o que significou "abandonar" seu produtor dos anos 90, Brendan O'Brien (deixando-o para cuidar somente da mixagem), para trazer um novo produtor ao recinto, Tchad Blake.
Embora aquele "punch" característico de O’Brien não tenha sido contabilizado, foi no álbum "Binaural" (6º disco, 2000) a 1ª vez que o PEARL JAM gravaria um álbum sob o método de gravação binaural característico, que simula o ouvinte estando na mesma sala com a banda enquanto eles tocam.
A ideia pode ter sido sólida, mas o disco em si caiu em ouvidos moucos para muitos, deixando sua sonoridade como a mais soturna de qualquer álbum lançado pelo PEARL JAM até hoje.
O disco "Binaural" é o exemplo perfeito de como um produtor influencia no som de uma banda da forma como as músicas ficam gravadas (para o bem ou para o mal), tanto que nunca mais o chamaram para trabalhar seja no que for em um álbum da banda. Mesmo que, na humilde opinião de quem vos fala, é aqui no álbum "Binaural" de onde podemos extrair as melhores músicas que ficam muito melhor de serem escutadas ao vivo nos shows do que na gravação original - apesar de serem raras - porém, o disco não é lembrado por muitos fãs e deletado do público mainstream.
E para o guitarrista do PEARL JAM, Stone Gossard, ele sabia que não estava nem perto de ser o álbum preferido dos próprios membros da banda, dizendo uma vez em entrevista: “Pra mim, o disco 'Binaural' é como a ovelha negra na minha mente. O nosso público gosta, mas não necessariamente o carrega junto. Podemos fazer um disco melhor do que esse e eu gostaria de poder voltar atrás e escrever algumas músicas mais espontâneas para esse álbum”.
Dito isso, não parece tão simples assim para nós, fãs da banda.
Algumas das melhores músicas do PEARL JAM estão no álbum "Binaural", como por exemplo, escutar o guitarrista Mike McCready alcançando níveis de deus da guitarra a la David Gilmour do PINK FLOYD na canção "Nothing as it Seems" (single do disco), ou quando a banda solta suas baladas características como nas músicas "Light Years" e "Thin Air", ou para aqueles que amam o álbum "No Code" quando chega na hora da canção "Of The Girl" e "Parting Ways" se apresentar, ou até mesmo para aqueles que curtem o lado experimental e estranho do grupo, como na música "Sleight of Hand".
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