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  • by Brunelson

Pearl Jam: descompactando o álbum conceitual da banda que nunca foi feito


Ah, o álbum conceitual… Lar de alguns dos melhores e piores discos de todos os tempos. 


Embora muitos artistas tenham feito projetos conceituais brilhantes como o THE WHO, PINK FLOYD e SMASHING PUMPKINS que fizeram com que as pessoas os levassem a sério como artistas, há tantas bandas que tentaram contar uma história apenas para que tudo desmoronasse quando chegassem na hora de conceder o sequenciamento das canções dentro do disco. 


E já que o PEARL JAM tem sido uma das principais bandas de rock de sua geração, por que eles nunca gravaram um álbum conceitual antes?


Nós até tivemos um campo de testes para saber como soaria uma ópera rock do PEARL JAM. Quando o grupo ainda estava procurando por um vocalista após o fim do MOTHER LOVE BONE, eles gravaram uma fita-cassete demo instrumental com 03 músicas. Essa fita foi parar nas mãos de um desconhecido Eddie Vedder, onde ele criou e gravou seus vocais em cima, além de fornecer os títulos para essas 03 canções e que por fim se tornaria em uma história única em forma de trilogia.


Essas músicas foram, em ordem: "Alive", "Once" (seriam lançadas no 1º disco, "Ten", 1991) e "Footsteps" (ficou de fora do 1º disco). E a fita-cassete Vedder chamou de "Momma Son".


Acelerando no tempo e chegando em 2006, PEARL JAM se tornaria em uma das maiores bandas de todos os tempos e até aqui com 07 álbuns de estúdio lançados. E sempre forte em relação a questões políticas, era uma época em que os EUA estava caminhando para mais uma guerra (novidade), sendo que o próximo álbum de estúdio que o grupo iria se preparar para gravar mais ficou parecendo um relato em 1ª mão de como seria viver em um país em guerra.  


Esse álbum se chamaria "Pearl Jam" (8º disco, 2006), o 1º lançado de forma independente após o término de seu contrato com a super gravadora, a Epic Records. Também considerado um dos mais pesados de sua discografia, esse álbum apresenta canções como "World Wide Suicide", "Army Reserve" e "Inside Job", que mais parecem vir da perspectiva de um sujeito perdido no meio da guerra e lentamente juntando as perdas e pedaços de sua vida pelos entulhos e escombros de uma cena apocalíptica causada pela porcaria que é uma guerra.


Só para deixar claro, cada música desse disco pode não ter sido escrita em torno de um conceito, mas elas se encaixam perfeitamente. A canção que abre o álbum, "Life Wasted", foi escrita logo depois que Vedder compareceu ao funeral de Johnny Ramone (guitarrista dos RAMONES), mas o tema de "nunca mais voltar para lá" e sentir que está desperdiçando sua vida, poderia também facilmente se aplicar a alguém que está preso nas drogas, mas para não fugir do tema, preso em uma cidade sofrendo bombardeios e mortes pela guerra.


Embora Vedder tenha dito mais tarde em entrevista para a revista Rolling Stone que esse álbum homônimo do PEARL JAM não apresenta uma história definida para ser chamado de conceitual, ele admitiu que suas peças musicais se alinham bem demais para querer contar uma história: “Quando esse álbum ficou pronto, nossa, parecia que realmente poderíamos fazer uma escultura disso o tornando conceitual. Posso admitir agora que não, mas poderia ter sido”.


De qualquer forma, um disco que nos apresentou essas músicas citadas aqui nessa matéria como "Army Reserve" e "Inside Job" (simplesmente duas das melhores na carreira do PEARL JAM), e outras não citadas como "Severed Hand", "Unemployable", "Gone" e "Come Back", não tem como ser um álbum ruim, onde esse disco foi mais um que se tornou uma pedra de toque cultural para os fãs de rock da sua época.


"Army Reserve"


"Inside Job"
















































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