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R.E.M: “se tivéssemos vendido 05 milhões de cópias desse disco, nenhum de nós estaria vivo para contar a história”

  • by Brunelson
  • 5 de out
  • 5 min de leitura

Atualizado: 7 de out

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É preciso entender que o R.E.M. não é apenas um exemplo de uma banda que conseguiu sobreviver às suas primeiras lutas pela fama na década de 80, apenas para ter uma carreira ilustre do final dessa década até seu término em 2011 e mantendo o legado do grupo até hoje.


Mas que eles foram, de fato, uma das bandas mais influentes a surgir nesse período da história musical americana.


Embora eles tenham atingido o auge da fama na década de 90, muitas bandas que surgiram nessa época já estavam olhando para seus primeiros álbuns, "Murmur" (1º disco, 1983) e "Reckoning" (2º disco, 1984), como pontos de referência importantes para moldar seu próprio som. Sem esses álbuns — agora considerados favoritos cult — bandas como RADIOHEAD, PIXIES e PAVEMENT, talvez nunca tivessem existido da forma como conhecemos.


Outro grupo em que o R.E.M. teve uma influência significativa foi o NIRVANA e enquanto seu som grunge era consideravelmente mais pesado do que o R.E.M. era conhecido por fazer, a abordagem de Kurt Cobain à melodia tomou muitas dicas do vocalista do R.E.M, Michael Stipe. Citando seu álbum de 1988, "Green" (6º disco) - que apresentou os singles das canções "Orange Crush" e "Stand" - como seu preferido do R.E.M, Cobain ficou totalmente apaixonado pelo trabalho de Stipe e sempre os olhou como uma fonte de inspiração.


O sentimento era mútuo e Stipe também era um grande fã do trabalho de Cobain, com ele chamando o frontman do NIRVANA de "especial" e se referindo a ele como um bom amigo. Sendo entrevistado pela revista Dazed logo após a morte prematura de Cobain em 1994, Stipe falou muito bem dele como compositor, dizendo que Cobain estava: "Em uma transição constante como músico. Como artista, ele havia chegado ao fim de uma coisa e estava pronto para explorar a próxima fase". Essa natureza exploratória era algo que Cobain e Stipe compartilhavam e ambos estavam sempre procurando maneiras de se desenvolverem criativamente.


A música "Let Me In" do álbum "Monster" do R.E.M (9º disco, 1994), foi escrita em homenagem a Cobain, que faleceria durante a gravação desse álbum. O título da música se refere a Stipe quando conversou por telefone com Cobain para tentar arrasta-lo para longe dos seus pensamentos depressivos e tentar salvá-lo do seu destino final.


Em outra entrevista para a revista Newsweek também em 1994, Stipe revelou que: “Da maneira mais genuína, eu queria que ele soubesse que não precisava prestar atenção em tudo aquilo que estavam falando dele e que ele iria superar isso”.


A rejeição de Cobain à fama e suas dificuldades para estar no centro das atenções foram um grande fator contribuinte para o declínio de sua saúde mental, e Stipe continuaria a reconhecer que se as coisas tivessem sido diferentes para o R.E.M. em seus primeiros anos de carreira, ele poderia ter acabado se sentindo da mesma forma que Cobain sobre a fama: "Se o R.E.M. tivesse vendido 05 milhões de cópias do nosso 1º disco, 'Murmur', nenhum de nós estaria vivo para contar a história. Eu realmente acredito nisso, sabe? Eu teria morrido com Quaaludes (medicamento) no meu sangue e muito whisky Jack Daniels".


É uma pena que nada criativo tenha saído da amizade entre Stipe e Cobain, e se Cobain tivesse permanecido vivo, talvez eles tivessem continuado a inspirar um ao outro e colaborado juntos ocasionalmente. No entanto, o vínculo que eles compartilharam em seu breve tempo como amigos inspirou ambas as partes a fazerem alguns dos melhores discos do final dos anos 80 e início dos anos 90, e ambas as bandas ainda inspiram um legado que existe e influencia até hoje.







"Radio Free Europe" (Disco: "Murmur")














































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