Metallica: a música que James Hetfield se arrependeu de ter gravado por último no disco "Master of Puppets"
É difícil pensar no METALLICA sem o som característico da voz de James Hetfield.
Embora o grupo possa se orgulhar de escrever os riffs mais cruéis possíveis em todas as suas músicas, Hetfield se tornou o experiente senhor do metal com quem sempre sonhou, conhecido por seu latido característico em canções como "Battery" e "Master of Puppets" (ambas lançadas no 3º disco, "Master of Puppets", 1986).
Ele consegue transformar qualquer coisa em metal perfeito através da sua voz, mas existe uma canção que ele passou sufoco quando a foram gravar no estúdio.
Inicialmente, Hetfield não queria ser o cantor da banda. Mesmo já demonstrando talento para se tornar um vocalista famoso, falava-se que o grupo estava a procura de um vocalista de metal "de verdade", mas quando o METALLICA lançou a sua obra-prima, o álbum "Master of Puppets", e começaram a tocar em estádios ao redor do mundo, Hetfield assumiu de vez o seu lugar na frente do palco, enquanto tocava guitarra base em uma velocidade vertiginosa.
Como a maior parte do material inicial da banda girava em torno de músicas com uma paleta vocal relativamente limitada, Hetfield começou a ter problemas para trabalhar nas canções mais trabalhadas e dinâmicas dos próximos álbuns. Mas antes disso, a gênese seria ainda no álbum "Ride The Lightning" (2º disco, 1984), onde a canção "Fade to Black" seria uma mudança radical para o grupo e com Hetfield fazendo a coisa mais próxima de cantar tecnicamente que ele já tinha conseguido.
E Hetfield não conseguiria cantar corretamente sem ajuda. Fora da linha vocal principal da música, a canção "Fade to Black" também apresenta um teclado sutil tocando ao fundo da faixa vocal, guiando lentamente Hetfield para ouvir quais notas ele cantaria em seguida.
Com o álbum "Master of Puppets", a música "Welcome Home" se tornaria uma das composições mais celebradas do grupo, transformando-se de uma levada lenta para um rolo compressor do heavy metal, enquanto Hetfield se liberta do seu confinamento e começa a destruir tudo ao redor.
Embora Hetfield tenha considerado esta canção um destaque do álbum, ele admitiu que se arrependeu de ter preservado os vocais dessa música para o último dia de gravação no estúdio - deixando a sua voz cansada para alcançar altos tons.
Em uma entrevista passada comemorando o aniversário do disco "Master of Puppets", Hetfield falou sobre como ficou em pânico quando não conseguia alcançar as notas altas na ponte da música antes do solo, dizendo: “Me lembro de ter me arrependido em deixar para o final das gravações a canção 'Welcome Home'. Era uma parte vocal muito alta e eu pensei na hora: 'Eu não vou conseguir cantar isso’. E o produtor do álbum 'Master of Puppets', Fleming Rasmussen, havia me dito: ‘James, você sabia que isso estava por vir, não é? O que você vai fazer a respeito?’ E eu estava, tipo: ‘Foda-se!’”
Mesmo que Hetfield deixe essa parte alta para trás quando canta essa música nos shows, a harmonia alta na gravação em estúdio é uma das peças mais assustadoras da canção "Welcome Home". Ao contrário da oitava inferior, aquela voz aguda praticamente simboliza o estado de espírito do narrador sobre o personagem, quase como se a última parte de sua psique estivesse prestes a explodir.
Mesmo que Hetfield acabasse por colocar sua voz em forma quando foram gravar o "Black Album" (5º disco, 1991), fazendo aulas de canto para o novo lote de músicas do METALLICA, a canção "Welcome Home" é um dos exemplos clássicos dele usando sua voz quase como outro instrumento de percussão ao lado de sua guitarra base.
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