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  • by Brunelson

James Hetfield: qual o disco do Metallica que o frontman não gostou da produção?


O METALLICA era como uma máquina bem oleada saindo da década de 80.


Depois de mudar sozinho o roteiro da música heavy metal com seu álbum de estreia, "Kill 'Em All" (1983), o seu 3º disco, "Master of Puppets" (1986), tornou-se um clássico do gênero, casando riffs de hard rock com alguns dos tempos mais rápidos da história do metal até então.


E ninguém estava preparado para que o baixista Cliff Burton fosse levado desse planeta tão cedo quando estavam em turnê desse 3º álbum e a década terminaria com a banda sofrendo com este processo.


É difícil não imaginar o 4º álbum de estúdio do METALLICA, "And Justice For All" (1988), não sendo uma consequência da ausência de Cliff Burton. Na introdução desse disco, os sons desorientadores da guitarra soando ao contrário abrem a música "Blackened" como se o resto da banda estivesse se recuperando do terrível trauma que testemunharam.

A perda de Burton não seria fácil de superar, mas o grupo decidiu que a melhor maneira de seguir em frente seria ignorar totalmente o problema.

Apesar do baixista Jason Newsted provar ser um digno sucessor de Burton, é preciso se esforçar para ouvir o seu baixo na mixagem final do álbum "And Justice For All", soando tão baixo na pós-produção que para muita gente pode passar despercebido.


Olhando para trás sobre a gravação do disco "And Justice For All" durante uma entrevista em promoção ao lançamento do "Black Album" (5º disco, 1991), Newsted expressou a sua frustração sobre as suas partes de baixo terem sido gravadas tão baixas: “O álbum 'And Justice For All' não foi bom pra mim porque você realmente não consegue ouvir o baixo. E há muitas razões para isso por eu não estar lá adequadamente”.

Mesmo não parecendo, esta citação é Newsted adotando uma abordagem diplomática.


Olhando para esse "trote" durante os seus primeiros anos com a banda, o frontman do grupo, James Hetfield, também não se sentiu tão fortemente convencido sobre a produção final do disco "And Justice For All", lembrando nessa mesma entrevista: “Estava claro que precisávamos de orientação. Não estou criticando esse álbum, pois foi gravado na hora certa e foi bom de fazê-lo, mas você consegue dizer quem estava gravando e mixando tudo pelo resultado como ficou. Sabe, a bateria ficou muito alta e as guitarras também ficaram gravadas num volume muito alto, ou seja, era eu e Lars Ulrich na gravação (baterista)”.

Fora o trabalho de produção sem brilho, o disco "And Justice For All" é sem dúvida um dos álbuns mais aventureiros dos anos de thrash metal do METALLICA.

O disco também possui um foco lírico maior, já que Hetfield vai atrás de algumas das falhas do sistema de justiça americano e da indignação dos seus fãs em querer quebrar as regras.

Entretanto, a necessidade de ser uma das bandas de thrash metal mais complexas do mundo tinha um prazo de validade e o foco para o próximo álbum era escrever músicas mais diretas em comparação com o que a banda vinha fazendo.

O clássico disco posterior, "Black Album", trouxe um novo produtor a mesa, Bob Rock, onde assumiria diferentes vinhetas sonoras que antes eram estranhas a atos do thrash metal, que foram músicas como "Nothing Else Matters", "The Unforgiven" e "Wherever I May Roam".

E assim como o METALLICA mudaria drasticamente em seus álbuns lançados no decorrer da década de 90 e na virada do século, o disco "And Justice For All" pode ter sido o último vislumbre da forma que o METALLICA foi incumbido desde a sua origem.


"Blackened" (Disco: "And Justice For All")

















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