Smashing Pumpkins: o período na carreira que Billy Corgan disse que deveria ter desistido da banda
by Brunelson
há 1 hora
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O trágico sobre o frontman do SMASHING PUMPKINS, Billy Corgan, é que muitas vezes ele soa como alguém que realmente não queria se tornar o "ditador tirânico" da sua banda.
Como convém a um músico que cresceu adorando os gigantes do hard rock dos anos 70, Corgan parece valorizar ter "subordinados" em sua banda com quem sempre pode contar. Mesmo assim, há uma razão pela qual até hoje o SMASHING PUMPKINS é uma banda e não seu projeto solo, mesmo que a linha entre os dois sempre foi tênue.
Apesar disso, ainda há legiões de fãs puristas (assim como em qualquer banda de rock) que afirmam que o “verdadeiro” SMASHING PUMPKINS é somente o da formação original dos anos 90 - desde 2016 que o grupo contou com o retorno dos membros originais, o guitarrista James Iha e o baterista Jimmy Chamberlin, mas não com o retorno da baixista D’arcy Wretzky. Para muitos, qualquer outra formação - principalmente de 2007 até 2015, quando o grupo tinha retornado do seu hiato desde o ano 2000 e em certos períodos com somente Corgan como membro original - é um mero ato de tributo, não importando o quão envolvido Corgan esteve.
E há até uma dica de que uma dessas pessoas é o próprio Billy Corgan.
Em uma entrevista para a Uncut Magazine realizada em 2013, enquanto a banda tinha somente Corgan como membro original e estava em turnê com seu então recente álbum, "Oceania" (7º disco, 2012), Corgan foi questionado sobre isso muito diretamente.
Porém, o jornalista não estava se referindo ao momento atual, e sim, de uma certa época nos anos 90...
Em 1996, quando o SMASHING PUMPKINS estava em uma mega turnê mundial divulgando seu novo álbum de estúdio, "Mellon Collie and The Infinite Sadness" (3º disco, 1995), Chamberlin tinha sido demitido da banda após uma overdose de heroína que levou a óbito o tecladista membro de turnês da banda, porque ambos dividiam o mesmo quarto de hotel por onde passavam e com Chamberlain sendo também um usuário de drogas. Na entrevista, Corgan foi questionado se na época isso prejudicou a banda.
Ele respondeu com sua conhecida honestidade: “Com certeza. Eu deveria ter desistido da banda naquele momento, sabe? Em vez disso, eu dobrei a aposta em uma situação ruim e ela piorou. A banda entrou em uma vibe de 'Guerra Fria'. Nós paramos de conversar uns com os outros e com o afastamento daquele rock estilístico que foi com o álbum sucessor, 'Adore' (4º disco, 1998), ou seja, eu estava queimando minhas próprias pontes”.
As notícias sobre a demissão de Chamberlin (um dos melhores bateristas em atividade desde os anos 90), junto com o álbum "Adore" - que foi uma mudança do rock para texturas mais eletrônicas - foi a gota d’água para muitos fãs da banda.
Eles viram isso como Corgan assumindo o controle criativo total do SMASHING PUMPKINS. Historicamente, o contra-argumento para isso é que Corgan sempre teve controle criativo total da banda. É a tal ponto que Corgan é famoso por ter gravado no estúdio várias linhas de guitarra de James Iha e linhas de baixo de D'arcy em seus discos. No entanto, eles sempre trabalharam juntos na composição das músicas como uma banda, com Corgan, às vezes, ouvindo seus companheiros quando encalhava em alguma passagem musical.
E somente para contextualizar, Chamberlin retornaria sóbrio ao SMASHING PUMPKINS em 1999, com a formação original gravando seu último álbum de estúdio juntos, "Machina The Machines of God" (5º disco, 2000), porém, quando foram sair em turnê para divulgar esse álbum, tinha sido a vez da baixista D'arcy ter sido demitida do grupo pelos mesmos motivos tóxicos que levam à demissão de Chamberlin em 1996.
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