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  • by Brunelson

Billy Corgan: o álbum do Smashing Pumpkins que ele chamou de “08 meses de insanidade para gravar”


Para a maior parte da população em geral, Billy Corgan (frontman do SMASHING PUMPKINS) também será associado ao seu breve governo no mundo do rock alternativo em meados da década de 90.

Imediatamente após a morte de Kurt Cobain em abril de 1994, o gênero do rock precisava de alguém para assumir o papel de figura de proa. SMASHING PUMPKINS já havia se estabelecido como um dos principais candidatos à coroa do rock alternativo e com o seu duplo e 3º álbum de estúdio, "Mellon Collie and The Infinite Sadness" (1995), o grupo alcançaria um pico que nunca mais seria igualado.



“O disco 'Mellon Collie and The Infinite Sadness' foram 08 meses de insanidade para gravar, mas em muitos aspectos esse álbum mudou a minha vida muito mais do que foi com o álbum 'Siamese Dream' (2º disco, 1993)”, disse Corgan numa entrevista em 2016. “Porque esse nosso 3º álbum se tornou Disco de Diamante nos EUA e acho que apenas 26 discos se tornaram diamantes nos EUA em toda a história, com 10 milhões de álbuns vendidos. Isso é uma loucura pra mim, porque é realmente um disco sombrio, mas o produtor desse álbum, Flood, me incentivou a arriscar as coisas e quando você pensa nas músicas 'Zero' e 'Bullet With Butterfly Wings' a '1979' e 'Tonight Tonight', essa é uma gama realmente ampla da nossa música e ele me seguiu por todos esses caminhos”.

Ao longo de quase 02 horas de duração escutando um álbum conceitual, o SMASHING PUMPKINS lançou ao total 28 canções que variavam em estilo, velocidade, gênero e quase todas as noções concebíveis do que uma banda de rock poderia fazer. A expansividade e a indulgência faziam parte da questão e Corgan nunca se esquivou do fato de que queria fazer algo incrivelmente grandioso.

“Com o disco 'Mellon Collie and The Infinite Sadness' eu queria fazer um álbum que soasse como 'The Wall' do PINK FLOYD e alcançasse uma geração inteira de uma maneira muito particular”, adicionou Corgan. “Eu queria refletir o mal-estar suburbano da juventude marginalizada e o clima sócio-político daqueles anos dos presidentes Reagan a Clinton nos EUA. Isso é uma lembrança pré-internet e as pessoas realmente não sabiam como encontrar uma cultura alternativa. Então, eu sabia que havia muitas crianças como eu que existiam nessa bolha nos subúrbios e viver nos subúrbios dos EUA naquela época era como a morte”.

“O seu futuro já estava totalmente traçado para você. Você iria para a escola, depois para a universidade, depois conseguiria um bom emprego, se casaria, teria filhos e depois morreria”, explicou Corgan. “Não havia sonho maior do que esse e as pessoas não tinham as opções de estilo de vida que têm hoje. Então, quando falei sobre estes sentimentos abertamente lá em 1995, obviamente isso se conectou de uma forma muito grande com aquela geração”.

Mesmo permanecendo orgulhoso de sua banda, Corgan teve dificuldade em fugir da caixa em que o SMASHING PUMPKINS e especificamente o sucesso do álbum "Mellon Collie and The Infinite Sadness" o colocou. Hoje, o grupo já lançou 11 álbuns de estúdio, mas para os fãs do mainstream, eles sempre irão se remeter a esse 3º disco da banda lançado em 1995. Ainda mais que os anos de 1995 e 1996 deram licença para o SMASHING PUMPKINS caminhar soberano sobre a terra.

“Não quero ser esnobe, mas quando me afastei do SMASHING PUMPKINS de 2001 à 2007 (período em que o grupo ficou em inatividade), eu tinha uma grande pilha de dinheiro e pensei: ‘Só vou fazer o que eu quero agora’. Nunca, em 01 milhão de anos, pensei que as pessoas não me deixariam seguir em frente”, reclamou Corgan. “Os fãs de Jack White deixaram ele sair do WHITE STRIPES, mas as pessoas não me deixaram sair do SMASHING PUMPKINS nesse período quando comecei a lançar discos solo e me envolver em projetos paralelos... Sabe, o que foi mais estranho em tudo isso é que eu escrevi todas as músicas do SMASHING PUMPKINS e ajudei a produzir todos os discos”.

Corgan finalizou: “No que me diz respeito, nessa época era hora de seguir em frente, mas não importava onde eu fosse, as pessoas sempre me diziam: 'SMASHING PUMPKINS! SMASHING PUMPKINS! SMASHING PUMPKINS!' Acho que parte disso foi o surgimento da era das redes sociais e o início de todos terem as suas próprias opiniões em jogo. Então, para os não sofisticados que não acompanharam a banda nos álbuns 'Adore' (4º disco, 1998) e 'Machina The Machines of God' (5º disco, 2000), eu ainda era o cara do ‘rato na gaiola’ (citando as letras da música 'Bullet With Butterfly Wings', lançada no 3º álbum). Eles não conseguiam ir além disso e, de repente, as suas opiniões pareciam importar, ao passo que antes você não teria ouvido a opinião deles e isso não teria importância... Ronnie James Dio disse uma vez a melhor frase de todas: a máfia manda”.


"Bullet With Butterfly Wings"








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