Dave Grohl: "essa é uma das minhas bandas de heavy metal preferidas e é do Brasil"
by Brunelson
há 19 minutos
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Não importa o que aconteça no mundo da música ou como as coisas mudem, sempre haverá pessoas que anseiam por algo inovador e novo.
Mudanças no som e tendências em transformação sempre persistirão enquanto a subjetividade na arte existir. E ninguém entende isso melhor do que Dave Grohl, cuja banda onde ele era baterista, o NIRVANA, estava na vanguarda de um desses movimentos musicais inovadores.
A cena grunge já estava se desenvolvendo em Seattle na época em que o NIRVANA ficou conhecido no mainstream em 1991, mas a cena que se desenrolava em Seattle e região na década de 80 nem tinha o nome "grunge" ainda - termo inventado pela mídia, para melhor classificar e colocar tudo no mesmo pacote toda aquela pletora de bandas que vieram de Seattle, mesmo que cada grupo fossem de estilos diferentes entre si.
Sendo assim, o NIRVANA foi o responsável em levar esse movimento para o exterior e tornou o grunge a coisa mais comentada na música, moda e cultura popular da época - quem viveu aquela época, mesmo aqui no Brasil, sabe do que estamos falando.
E dentre várias atitudes que o NIRVANA realizou, eles também não tinham parado de ultrapassar seus limites criativos. Por exemplo, seu álbum de maior sucesso foi "Nevermind" (2º disco, 1991), que teve alguns dos maiores sucessos que a história do rock já produziu e os impulsionou à fama como uma banda de rock mainstream - fazendo o movimento grunge ser conhecido no mundo inteiro. Enquanto voavam tão alto e colhiam os benefícios que vêm com o fato de serem tão falados, muitas bandas provavelmente teriam continuado a fazer um estilo de música semelhante para capitalizar a tendência, mas antes de lançarem um novo álbum de estúdio, eles lançaram uma coletânea de lados-b das músicas que ficaram de fora dos seus 02 primeiros discos e alguns covers, que foi álbum "Incesticide" (3º trabalho de estúdio, 1992), ou seja, o refugo em comparação do disco "Nevermind".
E chegando em 1993, foi quando o NIRVANA seguiu em uma direção criativa e sonora completamente diferente com seu último álbum de estúdio, "In Utero" (4º trabalho de estúdio) - o que também pode ser classificado como o lado-b do disco "Nevermind".
No álbum "In Utero" eles se juntaram ao produtor underground do punk rock, Steve Albini, em uma tentativa de abandonar a natureza polida e comercial do disco "Nevermind", e em vez disso, gravar um álbum que era muito mais cru e tosco que ficou pronto em questão de dias. Albini mapeou a visão perfeitamente da banda em uma proposta enviada por faz que ele encaminhou ao NIRVANA antes de iniciarem os trabalhos.
Depois dessa grande introdução, essa atitude inovadora do NIRVANA em relação à sua música permaneceu em Dave Grohl depois que o NIRVANA encerrou as atividades em 1994, sendo agora o vocalista/guitarrista do FOO FIGHTERS.
Quando você considera a carreira de Grohl como um todo e o fato de que música emocionante e que desafia os limites o seguiu aonde quer que ele fosse, não é nenhuma surpresa que ele procure por algo novo e emocionante no que ouve, bem como no que cria.
Isso o levou a descobrir uma de suas bandas de metal favoritas, pois eles pegam elementos tradicionais do metal, mas depois os fundem com instrumentos atípicos e outros estilos de música, fórmula esta que outras pessoas poderiam não achar que funcionariam bem juntos.
Concluindo, Grohl havia dito uma vez em entrevista: “Uma das minhas bandas de heavy metal preferidas de todos os tempos é do Brasil, é uma banda chamada SEPULTURA. Uma das coisas malucas que eles fizeram foi criar esse álbum chamado 'Roots' (6º disco, 1996). Eles incorporaram instrumentação brasileira maluca na música mais pesada que você já ouviu na vida. Isso meio que mudou o jogo e foi a coisa mais pesada de todas que eu já tinha escutado”.