- by Brunelson
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Nós entendemos que daríamos início a esse bebê com uma jammer de mais de 10 minutos. Parafraseando, ou neste caso, citando diretamente a inimitável banda HAIR POLICE: "Vamos ver quem está aqui e quem não está".
Retirado de quando estávamos apenas começando a compor as músicas que seriam lançadas no álbum "Murray Street", Kim Gordon e Thurston Moore (baixista e guitarrista, ambos vocalistas) se instalaram no estúdio sentados num sofá, com algumas cadeiras ao redor e Aaron Mullan gravando numa máquina portátil digital de 16 faixas - que Thurston havia conseguido no eBay. Intitulado após um ensaio, descreve o surgimento de jovens moradores privilegiados de New York assumindo os ares românticos da tradicional e genuína cidade que abraçou vários artistas (boêmios) do passado. Em 2002 e a banda sendo de New York, a diferença mais óbvia em comparação - além dos imóveis super inflacionados - é que agora esse comportamento se tornou um estilo de vida proibido.
Doce canção renegada das sessões do nosso álbum de 1994...
Gravado em 1999, que é o ano em que lançamos e percorremos (apenas na Europa) a turnê do disco só de covers, "Goodbye 20th Century", que na verdade são apenas gravações/execuções das nossas interpretações radicais no cânone da música contemporânea acadêmica do século XX. O cineasta francês, Leos Carax, solicitou especificamente ao SONIC YOUTH uma canção para o seu filme, "Pola X".
Em uma campanha pelas luzes criativas da Tannis Root (que fazem toda a merchandising do SONIC YOUTH, como camisas, bonés, etc) - para promover a incrível máquina de som Groovebox Synth/Sampler - um punhado de amigos nossos como BECK, PAVEMENT e o próprio SONIC YOUTH, foram convidados a comporem faixas instantâneas nessa besta. Não só foi divertido, mas também conseguimos grava-las. Muito legal, exceto que esquecemos a mala com as gravações no carrossel de bagagens do aeroporto Charles de Gaulle, em Paris. Como Mike Watt diria (vocalista/baixista do MINUTEMEN): "Doe!"
Durante as gravações para o disco "Murray Street", no Murray Street Studio (descanse em paz), Jim O'Rourke (quando a banda incluiu um 3º guitarrista no grupo, entre 1999 à 2005) passaria por vários efeitos sonoros, ouvindo, ouvindo, ouvindo e nós estávamos sentados lá e pensando: "Como essa música de processo em tempo real soa legal". Também foram feitas tentativas em executar funções numa máquina DAT para capturar alguma coisa... Por isso que essa música fez parte do conceito que a Plain Recordings tinha para artistas, lançando um disco com canções de CAT POWER, ALVARIUS B, SANDY BULL... Eles queriam apresentar músicas com alguma relevância estética para o incrível filme de 1971 de Monte Hellman, "Two Lane Blacktop".
Uma canção baseada em torno de uma linha descendente em ondas na guitarra, que era como Kim estava tocando na época. Bastante completa em conceito, nós nunca continuamos a desenvolvê-la além desse estado, que por sinal, é um bom estado para ser.
Obviamente, essa música é extraída de uma improvisação em grupo, onde um momento totalmente sonoro de meditação rock'n roll ocorre, saindo de um congestionamento estendido de ruído - e assim, uma canção nasce. É aquela coisa única que só poderia existir naquele momento... Tínhamos que retalha-la mais um pouco e bolar um título, para esmagá-la de vez em um disco oficial.
Do mesmo período que a canção "Fauxhemians", essa música foi uma das primeiras a ser investigada na época e foi instigada por uma figura de guitarra atrás da ponte que Thurston havia introduzido. Uma estrutura desajeitada e aberta sendo balançada aqui e uma que nós resolvemos deixa-la do jeito que está.
Outro dessa mesma sessão que, ao que parece, nós a tínhamos pronta no gatilho. Você pode ouvir a indicação das mudanças de seções específicas no topo da música e há uma versão alternativa dessa canção, onde uma quebra da guitarra mais metal é inserida - mas esta versão aqui, como um todo, soa melhor.
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