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  • by Brunelson

Ian MacKaye: frontman do Minor Threat e Fugazi fala sobre o estado “deprimente” da indústria musical


Quando se trata de verdadeiros punks, ninguém é mais ferozmente firme em abraçar seu ethos do que o vocalista/guitarrista das bandas MINOR THREAT e FUGAZI, Ian MacKaye, ao lado de grandes nomes do punk rock e hardcore.

O co-fundador e proprietário da gravadora independente mais conhecida no mundo inteiro, a Dischord Records, também é conhecido por cunhar o termo “straight edge” da capital Washington, frequentemente usado na cena hardcore americana para explicar a sua filosofia.

Em entrevista ao site Loud and Quiet, MacKaye uma vez refletiu sobre como a música mudou desde os dias de glória do punk hardcore dos anos 80, principalmente para pior: “A música está se tornando em conteúdo. Você pode ver isso com esses serviços de streaming de hoje em dia. Você apenas se inscreve nesses serviços e obtém todo esse conteúdo”.

Para MacKaye, é esse conteúdo que prejudica a própria concepção da música: “Não é música, é conteúdo. Eles não se importam, me refiro as pessoas que dirigem esses negócios, pois na verdade eles não dão a mínima para a música. O que importa para eles é o conteúdo, eles querem mais assinantes. Acho que até as gravadoras estão se movendo nessa direção também... É realmente deprimente, mas é assim que as coisas acontecem”.


MacKaye passou a refletir sobre como as pessoas percebiam música há mais de 150 anos: “Se você pensar na relação que as pessoas tinham com a música no ano de 1850, imagine o que a música significava para as pessoas e como era rica. O que está acontecendo agora é que a música foi degradada”.

De fato, a música era uma verdadeira forma de arte no século XIX, significando algo para as pessoas em vez de ser a mercadoria que se tornou hoje.

Ele continuou: “A música é profunda, sabe? É mais profunda do que muitas pessoas realmente entendem. Percebo que existe um mercado construído em torno da música, mas isso não é música, é apenas o mercado e isso são apenas negócios. A música estava aqui muito antes da indústria musical”.

Não é apenas a música transmitida e gravada que preocupa MacKaye. Como qualquer esteio da cena punk rock, o seu pão com manteiga é o bom e velho show ao vivo, mas ele acredita que os locais para shows estão de olho em outros motivos além de oferecer um ótimo entretenimento ao vivo.

“Em geral, os locais para shows são bares e clubes e suas economias são baseadas na venda de bebidas”, adicionou MacKaye. “Não há nenhuma questão ética ou moral em torno do álcool, mas no final das contas, essa é a economia deles, então, o que eles estão interessados é vender álcool e portanto, precisam de clientela”.

“O público de uma banda é a clientela. O problema que você encontra é que uma nova banda com uma nova ideia ainda não tem público, então, se você é uma banda que já toca em um clube ou bar, em geral, você já está estabelecido".

É essa necessidade de fazer os clientes entrarem e comprarem bebidas que desencorajam os promotores de colocar novas bandas em grandes palcos, ou como MacKaye colocou profundamente para concluir o seu pensamento: “A economia desencoraja a inovação, mas o que eu amei no punk rock foi que o público estava lá quase à revelia. Não havia lucro, pois o lucro não fazia parte da equação”.








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