The Kinks: "esta canção dos Beatles parece um cruzamento entre o The Who e a música tema do Batman”, disse o vocalista
by Brunelson
27 de ago.
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Londres durante a década de 60 é frequentemente vista como uma espécie da era de ouro na história do rock'n roll, povoada inteiramente por jovens pós-guerra mundial determinados a criar um cenário inteiramente novo de arte e música.
Essa época certamente produziu alguns dos maiores artistas e compositores de todos os tempos da Grã-Bretanha, entre eles, Ray Davies, vocalista/guitarrista do THE KINKS. Ele era particularmente adepto em refletir a verdadeira realidade da vida britânica durante o período pós-guerra na década de 60.
Londres ainda era uma cidade lutando para se recuperar dos efeitos devastadores da 2ª Guerra Mundial. Para crianças da classe trabalhadora como Ray Davies, a cidade parecia ser um lugar perpetuamente cinza, ladeada por escombros e privação econômica. Então, cabia à sua geração criar uma alternativa vibrante e inventiva para essa realidade um tanto deprimente.
THE KINKS foi um dos grupos precursores da chamada "invasão britânica", ao lado dos BEATLES, ROLLING STONES e THE WHO, que impulsionaram a cena musical britânica infinitamente para frente por meio de músicas pioneiras de rock and roll.
Enquanto isso, os BEATLES estavam criando sua própria revolução. Desde seu álbum de estreia em 1963, "Please Please Me", os BEATLES estavam em sua própria liga. E quando eles chegaram na 2ª metade da década de 60, o grupo começou a se afastar das canções de amor adolescente dos seus primeiros discos, expandindo-se para algo muito mais profundo e inventivo. Por exemplo, o álbum "Revolver" de 1966 (7º disco) ainda é talvez o maior exemplo da abordagem inovadora e psicodélica do grupo em fazer música.
Mesmo sendo um triunfo, as reações iniciais ao álbum "Revolver" foram mistas. Na época, Ray Davies foi convidado a analisar esse álbum para a revista Disc and Music Echo, durante o qual ele chamou a canção "Yellow Submarine" de “um monte de lixo” e não conseguiu ver o apelo na música "Eleanor Rigby".
Aparentemente, Davies também não ficou muito convencido com a canção de abertura do álbum. Escrita por George Harrison como um protesto contra as políticas de super taxas do então 1º ministro da Inglaterra, Harold Wilson, a música "Taxman" certamente não foi a canção mais liricamente profunda da banda, mas sua gravação e produção no método pioneiro de multi-faixas, agiu como a introdução perfeita aos métodos de produção inovadores que residem no coração do disco "Revolver".
Mas para o frontman do THE KINKS, mesmo assim ele não deu tanto crédito a essa música: “Parece um cruzamento entre o THE WHO com o tema da música do Batman. É um pouco limitado, sabe?” No entanto, ele elogiou as técnicas de produção inventivas dos BEATLES, finalizando: “Os BEATLES superam isso com seus métodos de produção. É surpreendente como 'dobrar' os vocais fazem a voz soar bem na gravação”.
Sua declaração é tanto verdade, que logo depois Davies se dedicaria similarmente a produções inovadoras e composições profundas nos álbuns posteriores do THE KINKS. Por exemplo, o álbum "The Kinks are The Village Green Preservation Society" (6º disco, 1968), segue os passos dos primeiros álbuns conceituais dos BEATLES, como "Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band" (8º disco, 1967).
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