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by Brunelson

Neil Young: quando pediu para o Sonic Youth abrir os shows de sua turnê


Poucos estadistas mais velhos da música rock são tão amados quanto Neil Young.


O "Padrinho do Grunge" se entregou às futuras gerações de músicos que seguiram exatamente o mesmo caminho que ele quis seguir, ignorando o que qualquer crítico ou executivo de gravadora poderia lhe dizer.



Young até foi processado pelo seu chefe uma vez, David Geffen (proprietário da gravadora Geffen Records), quando lançou o álbum "Trans" (12º disco, 1982), que veio com mistura eletrônica e com a Geffen Records alegando que Young deliberadamente lançou músicas que não soavam como ele.


A vocalista/baixista do SONIC YOUTH, Kim Gordon, citou no seu livro biográfico, "Girl in a Band", de quando a sua banda veio a assinar com a Geffen Records em 1990, com Neil Young obviamente não sentindo nenhuma animosidade em relação ao SONIC YOUTH e até se identificando com eles, considerando o fato de que Young convidou o SONIC YOUTH a abrir os shows de sua turnê no final de 1990.

“Abrir os shows para Neil Young foi uma experiência incrível e reveladora”, detalhou Gordon em seu livro de memórias. “Éramos todos grandes fãs de longa data dele e era o nosso 1º contato real com o mainstream. Claro, isso fez com que todos os jornalistas musicais nos perguntassem: 'Então, como é finalmente estar no mainstream?' Em resposta, posso dizer que a turnê junto com Neil Young provou que o SONIC YOUTH na verdade não estava no mainstream, pois o mainstream nos odiava!”

Gordon continuou descrevendo a reação negativa do público gerada pela turma hippie mais velha e idealista de Neil Young. Ela também contou como o empresário de turnê de Young na época favorecia outra banda que estava também abrindo os shows de Neil Young, que foi o SOCIAL DISTORTION, o que posteriormente levou o SONIC YOUTH a quase nunca conseguirem fazer as passagens de som antes de cada apresentação.


Com o seu conhecido arsenal de guitarras em diversas afinações, o trabalho de técnico de guitarra ficou a cargo de uma única pessoa que não conseguiu atender a demanda do grupo, levando o vocalista/guitarrista, Thurston Moore, a quebrar as suas guitarras nos shows em mais de uma ocasião.

Ela também contou como o SONIC YOUTH passou a maior parte da turnê saindo com o guitarrista de longa data da CRAZY HORSE, Frank "Pancho" Sampedro (banda de apoio de Neil Young).


No entanto, uma noite Gordon e Moore se viram no ônibus de turnê de Neil Young, com Moore contando algumas histórias do punk rock: “Neil Young era adorável. Ele ficava sentado sintonizando o som de uma vaca mugindo na sua guitarra para aplicar em seu som”, lembrou Gordon, em comparação à sonoridade noise e barulhenta do SONIC YOUTH. “Isso pode soar ridículo ou como um eufemismo total, mas Neil Young sempre nos apoiou incrivelmente”.

Gordon encerrou a sua lembrança de associação do SONIC YOUTH com Neil Young no evento anual musical de Young para ajudar crianças com deficiência mental, o Bridge School Benefit em 1991.

SONIC YOUTH foi convidado a se apresentar acusticamente (assim como é de praxe deste evento), o que eles nunca haviam feito antes e subiram ao palco sem as caixas de retorno funcionando corretamente. Gordon posteriormente soltou um palavrão na frente de uma fileira de crianças que sempre se fazem presentes neste evento e chegou a quebrar uma guitarra.

Depois do show e nos bastidores, o filho de Neil Young, Ben, aproximou-se de Gordon e tentou consolá-la, dizendo: "Todo mundo tem um dia ruim às vezes".

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