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  • by Brunelson

Cliff Burton: quando escolheu os seus baixistas preferidos de todos os tempos


A inclusão de Cliff Burton no METALLICA quase pareceu uma anomalia. Embora ele pudesse ter tocado as melhores linhas de baixo que o metal já viu, o gosto musical de Burton era muito mais eclético do que a cena thrash metal, ficando em dívida com o mundo da música clássica e da música tradicional mainstream.

E mesmo que o baixo fosse o instrumento principal de Burton, o seu gosto musical era vasto demais para ser restrito a um único músico.




Assim como a maioria dos baixistas do metal moderno podem ser fãs de músicos como Steve Harris do IRON MAIDEN, Burton nunca foi verdadeiramente moldado por ele. Apesar de sua tendência em infundir o "galope" característico de Harris em suas canções, Burton sempre se interessou mais pelo contraponto, usando o seu baixo como um instrumento melódico toda vez que reservava um tempo para se apresentar.

Ao conversar uma vez com a revista Thrash na década de 80, Burton escolheu 03 baixistas como os seus preferidos, dizendo: “As minhas influências seriam… Bem, primeiro, seria Geddy Lee (RUSH), Geezer Butler (BLACK SABBATH) e Stanley Clarke (jazz)”.


Mesmo escolhendo apenas três, cada um oferece peças totalmente diferentes para a sua formação musical.

A escolha mais previsível seria Geezer Butler. Escrevendo a maior parte das letras, Butler era conhecido por dar ao BLACK SABBATH a sua base profunda no baixo, combinando nota por nota com a assinatura obscura do guitarrista Tony Iommi sempre que tocavam juntos. Embora existam algumas linhas do estilo de Butler no trabalho de Burton, como a música do METALLICA, "The Four Horsemen" (1º disco, "Kill 'Em All", 1983), há uma correlação mais próxima com Geddy Lee quando olhamos para a técnica abordada.

Durante anos, Lee usou o seu instrumento principalmente para ser um dos carros-chefes ao longo da carreira do RUSH, em vez de somente cobrir o fundo de cada música com a mesma base da guitarra. Tocando principalmente sem palheta, a tremenda atenção de Lee aos detalhes também se infiltrou no trabalho de Burton.

Ao observarmos a forma como Burton tocava baixo, ele parece atacar o seu instrumento de forma semelhante a Lee. Examinando os dois estilos lado a lado, Burton também parece tocar todas as cordas do baixo em uma única música sempre que tinha a oportunidade, criando uma infinidade de tons diferentes.

A inclusão de Stanley Clarke seria uma escolha estranha, dada a enorme influência que ele teve no mundo da música jazz. Embora o jazz possa não ser o primeiro pensamento quando se pensa no METALLICA, o conhecimento de Burton sobre contraponto e experimentos selvagens e dissonantes foi útil ao trabalhar nos 03 primeiros álbuns do METALLICA.

A linha de baixo de abertura da canção "For Whom The Bell Tolls" (2º disco, "Ride The Lightning", 1984) parece o resultado de ouvir Clarke, encontrando as notas entre as escalas tradicionais para realizar algo exclusivo.


E no que diz respeito à velocidade e intensidade, Burton também tinha um amor eterno por um trovador do rock and roll ao lembrar de um 4º baixista.

Burton adorava Lemmy Kilmister do MOTORHEAD, que para ele reescreveu o livro sobre como um baixista deveria soar. Assim como o seu herói, Burton ocasionalmente favorecia as partes mais altas do braço do baixo, transformando o baixo em um instrumento melódico tanto quanto a guitarra.

Mesmo que Burton tivesse um som próprio no METALLICA, as suas influências eram um caldeirão de todos os artistas nascidos para quebrar as regras da música tradicional.






"The Four Horsemen"


"For Whom The Bell Tolls"


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