Alice in Chains: quando uma psicóloga escolheu a música mais triste da banda
by Brunelson
há 11 horas
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Formado em 1987, o ALICE IN CHAINS rapidamente estabeleceu uma marca distintamente pesada, arrastada e lamacenta dentro do movimento grunge, em dívida com o metal e bandas como o BLACK SABBATH.
Evocando canções que alcançam a condição suja e ferida da humanidade, arrancando esperança de sua natureza universal e machucada do ser, uma vez o guitarrista e compositor desde sempre da banda, Jerry Cantrell, refletiu sobre a melancolia temática da banda e lançando uma brecha de luz quando foi entrevistado em 2013 pelo site Skinny: “Essa escuridão sempre fez parte da banda, mas não é tudo sobre isso. Sempre houve um otimismo, mesmo nas merdas mais sombrias que escrevemos. Por exemplo, com o álbum 'Dirt' (3º trabalho de estúdio, 1992) não é como se estivéssemos dizendo: ‘Ah, sim, isso é uma coisa boa’. Foi mais um aviso do que qualquer outra coisa, em vez de querer dizer: ‘Hey, venha aqui e confira isso, porque é ótimo!'”
Elaborando mais sobre seu otimismo sóbrio em meio à lama melancólica, Cantrell adicionou: “Com o disco 'Dirt' estávamos falando sobre o que estava acontecendo conosco naquela época, mas dentro disso sempre havia um elemento sobrevivente e uma espécie de triunfo sobre os elementos mais sombrios de ser um ser humano. Ainda acho que temos tudo isso intacto, mas talvez a porcentagem tenha mudado”.
Acredite ou não, pesquisas científicas sérias foram feitas sobre o que cria músicas sombrias e tristes. A professora de Psicologia Musical da Universidade de Durham na Inglaterra, Annaliese Micallef Grimaud, foi encarregada de compilar dados sobre quais ingredientes da música provocam a maior felicidade ou tristeza do seu ouvinte, analisando o andamento, dinâmica, valores de frequência e os níveis de tom.
Quando se trata de avaliar o nível de severidade emocional de uma música, Grimaud descobriu que: “Um andamento lento, modo menor, articulação legato, nível de dinâmica suave, nível de tom baixo e um timbre sombrio, ajudam a transmitir tristeza na música”.
No topo dos infortúnios estava a música do NIRVANA, "Something in The Way", que encerra o clássico álbum "Nevermind" (2º disco, 1991). Logo atrás estava as canções "Everybody Hurts" do R.E.M, "Tears in Heaven" de Eric Clapton e "Nutshell" do ALICE IN CHAINS.
Um corte acústico introspectivo do EP "Jar of Flies" do ALICE IN CHAINS (4º trabalho de estúdio, 1994), a música "Nutshell" é um exame dolorosamente íntimo da batalha do vocalista Layne Staley contra a heroína e as armadilhas exaustivas da fama.
Imortalizada ainda mais como a canção de abertura do lendário acústico da MTV que o ALICE IN CHAINS apresentou em 1996, essa música se tornou uma favorita dos fãs e uma ode do grupo ao falecido vocalista sempre que eles a tocam nos shows.
O baixista Mike Inez uma vez confessou em entrevista, concluindo: “Esta canção ainda me deixa emocionado sempre que a toco. Fico com os olhos marejados e às vezes, quando estamos nos apresentando em arenas, no telão ao fundo fica passando algumas filmagens de Layne enquanto tocamos essa música. E nessa hora não ficamos olhando para o público, ficamos olhando para Layne e é muito legal que ainda haja essa música para nós... Sim, é apenas uma coisa triste”.
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