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  • by Brunelson

The Who: "foi quando ouvi a voz de Deus", disse Pete Townshend ao criar a ópera-rock "Tommy"


Pete Townshend, guitarrista e compositor do THE WHO, é um mentor criativo e o cérebro por trás da operação de uma das bandas mais amadas na história do rock'n roll.

No entanto, a sua ideia mais genial foi curiosamente influenciada pela "voz de Deus", que lhe deu uma centelha para criar esse projeto e iniciar um dos momentos mais artísticos de sua carreira.

O álbum em questão é a ópera-rock chamada "Tommy" (4º disco, 1969), que conta a história de Tommy Walker, uma criança “surda, muda e cega”. O álbum segue as experiências de Walker na sua vida, bem como o seu relacionamento com sua família e mostra a habilidade inata de Townshend para contar histórias da forma que ele quer. O álbum "Tommy" foi imediatamente aclamado pela crítica após o seu lançamento, muitos saudando-o como o momento decisivo do THE WHO na carreira.



Após o lançamento do álbum "The Who Sell Out" (3º disco, 1967), Townshend se viu no meio de uma calmaria criativa. Ele queria despejar a sua criatividade em pleno fluxo e ao fazer isso, queria criar algo único para tirá-lo do seu sono criativo e redefinir o rock and roll. O guitarrista estava procurando maneiras de progredir além do formato de singles no padrão de 03 minutos, um formato que ele sentia que o impedia de atingir os seus objetivos artísticos que tinha em mente.

Essa frustração aumentou quando chegamos em 1968 e Townshend permaneceu incerto sobre como o THE WHO deveria progredir musicalmente. Ele acreditava que o grupo estava em uma espécie de encruzilhada, mas queria que a sua música permanecesse relevante e achava que a melhor maneira de fazer isso seria pensar "fora da caixa", em vez de copiar o molde que eles já caminhavam tão bem.

O seu amigo, o diretor de Artes do International Times, Mike McInnerney, contou a ele sobre o mentor espiritual indiano, o guru chamado Meher Baba, que o levou a uma obsessão quando Townshend ficou fascinado por Baba, um fator que o tornou mais introspectivo do que nunca e desbloqueou um nível de compaixão dentro do qual sangraria no disco "Tommy" sem nem mesmo perceber.


O álbum acabaria sendo aquele que Townshend mais tarde descreveria como o disco do qual ele mais se orgulha: “O álbum 'Tommy', porque é tão bem sucedido, tão abrangente e provavelmente é mais profundo em significado do que a maioria dos críticos permitem”, ele havia dito mais tarde numa entrevista ao site JamBase em 2007.


Essa realização artística que o disco "Tommy" lhe deu era algo que Townshend ansiava e o deixou verdadeiramente orgulhoso do seu trabalho: “Eu me senti como o mensageiro de Marte do livro 'Stranger in a Strange Land', do autor Robert Heinlein, que promete que o segredo de toda a existência é simplesmente aprender a esperar”, havia escrito Townshend em sua autobiografia, "Who I Am".



A epifania veio para Townshend no que ele descreveu como sendo "em um lugar muito improvável", referindo-se a um quarto de hotel no Holiday Inn em Rolling Meadows, Illinois, como o local de nascimento da ideia de criar a ópera-rock "Tommy". Ele descreve a cena em detalhes vívidos no seu livro, lembrando-se da “cama vibratória que era muito grande, uma TV com tela embaçada, lençóis e toalhas que cheiravam levemente a algo quente, mas não muito vivo… Foi quando ouvi a voz de Deus”.

Townshend estranhamente decidiu não elaborar mais sobre o que Deus lhe disse, mas o guitarrista é grato por essa “epifania singular e importante”, que ele rotulou como um “chamado ao coração” e que o fez criar a icônica ópera-rock "Tommy".


Esse disco mudaria o curso da carreira de Townshend e confirmaria mais ainda o THE WHO na trajetória para se tornar um dos maiores grupos de rock de todos os tempos, lotando estádios e arenas em todo o mundo.


"I'm Free" (Disco: "Tommy")


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