The Doors: quando o guitarrista escolheu sua música preferida da banda
by Brunelson
15 de set.
4 min de leitura
Atualizado: 22 de set.
A única pessoa que pode falar sobre a produção de um artista com alguma autoridade real, é o próprio artista.
Para o resto de nós, reles mortais, tudo o que podemos realmente fazer é teorizar com uma mistura de contexto histórico, fatos encontrados e opiniões pessoais. Mas para as pessoas envolvidas, elas possuem todas as informações: o como, o quê, quando, quem, onde e talvez mais importante, o porquê. Elas têm todo o contexto, a conexão emocional e a compreensão factual da situação.
Então, quando um artista escolhe sua própria música preferida da banda em que ele faz parte, essa é uma opinião a ser levada a sério.
E quando se trata da melhor do THE DOORS, a escolha do guitarrista Robby Krieger com certeza significa algo.
Claro, pode-se argumentar que eles estão muito próximos disso para serem objetivos sobre qual é a melhor, mas absolutamente nada sobre música ou arte é objetivo. Tudo está sujeito à opinião, que é composta de uma constelação de pequenos fatores pessoais, como por exemplo, como alguém está se sentindo no momento, onde ele está literalmente e mentalmente falando, como a arte é apresentada a ele pela 1ª vez e até mesmo com quem ele está.
Ou seja, nenhuma arte pode ser julgada rigidamente sobre o que é ruim e o que é melhor, pois sempre tem que haver espaço para o sentimento estar envolvido. Mas ainda assim, a opinião de Krieger é provavelmente a mais próxima do objetivo que alguém poderia chegar.
Como guitarrista do THE DOORS, ele também foi um dos principais compositores. No grupo, ele era o mais próximo de Jim Morrison, pois eles trabalhavam juntos nas músicas, permitindo a ele uma visão privilegiada da mente de Morrison que poucos outros tinham, além de ter o melhor entendimento da construção e do ofício reais de uma música do THE DOORS.
Ele detinha as chaves, sabendo como as letras apareceriam, como Morrison poderia descobri-las, como sua guitarra se encaixaria no topo, e então, como o resto da banda e os outros detalhes seriam trazidos. Tendo desempenhado um papel essencial na criação de cada canção da banda, ele é uma autoridade muito boa para falar sobre o bom, o ruim, o ótimo e essa música que ele vê como a melhor. Ou pelo menos, aquela que ele pensou ser a melhor naquela semana quando foi entrevistado pelo site Vulture em 2021.
“Há tantas boas, mas ultimamente a minha preferida é a canção ‘L.A. Woman’, por causa da forma como a gravamos”, disse Krieger. Se trata de um exemplo perfeito de como o contexto subjetivo sempre desempenha um papel na opinião, já que seu amor e respeito por essa música são inseparáveis de suas boas memórias.
O guitarrista continuou: “Nós apenas começamos a improvisar e a canção surgiu. Com a maioria das nossas músicas, ou Jim Morrison criava ou eu criava, ou Jim e eu escreveríamos juntos, mas dessa vez foi mais como uma improvisação". Nesse caso, foi mesmo uma colaboração mais ampla entre todos os 04 membros da banda, bem como alguns músicos adicionais com quem Krieger adorou trabalhar.
“Tivemos esses grandes músicos de sessão de estúdio para o álbum 'L.A. Woman', com Jerry Scheff no baixo e Marc Benno na guitarra base”, ele lembrou, elogiando a energia que eles trouxeram para as sessões de gravação.
Especialmente ao lado de Krieger, "L.A. Woman" é uma música eletrizante, mantida por alguns detalhes de guitarra cativantes e momentos solos de destaque. É uma canção alegre em sua discografia, permitindo que a banda realmente ganhe vida, pois parece capturar a experiência que todos eles estavam tendo no estúdio trabalhando nela.
“É muito divertido tocar essa música”, acrescentou Krieger, com esse fato definitivamente colorindo sua opinião.
Mas essa opinião sempre muda, com Krieger concluindo: “Claro que a canção ‘Light My Fire’ (1º disco, 'The Doors', 1967) também é uma das minhas preferidas e ainda é, porque foi a 1ª canção que escrevi para o THE DOORS".
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