Steve Albini: quando adolescente, o álbum que mudou a vida do futuro produtor
by Brunelson
6 de jun.
3 min de leitura
Steve Albini foi um produtor musical, engenheiro de som e antes de tudo um músico de Chicago que deixou um grande impacto em termos de reconhecimento, estima, integridade e influência durante sua vida.
Há muito sinônimo de rock independente underground quando citamos o nome de Albini. Ele fundou e liderou as bandas de punk rock, BIG BLACK e SHELLAC, mas foi seu trabalho como produtor gravando álbuns de artistas e bandas como PJ Harvey, PIXIES e NIRVANA, que ele iria conquistar e consolidar seu lugar na história da música para muito além de suas 06 décadas de vida.
Na época em que trabalharam juntos, PJ Harvey havia dito em entrevista: "É assim que o som dele é pra mim. A sua gravação é muito tangível e você quase consegue sentir o ambiente".
Alguém com tal reverência nos inspira a perguntar. Onde tudo começou?
Fãs de música e músicos do mundo inteiro quase sempre conseguem apontar um momento em suas vidas, um momento específico que explodiu sua experiência auditiva – para os amantes da música, é um evento da vida quase sinônimo de amadurecimento.
Você ouve novos sons que não tinha escutado antes e você forma uma habilidade de isolar instrumentos uns dos outros em seus ouvidos, mas escuta como eles funcionam todos juntos em escala de espaço e tempo.
E para Albini, isso aconteceu no ambiente despretensioso de uma excursão escolar por volta dos 14 anos de idade: "Posso apontar exatamente para um momento em que meu interesse pela música começou. Um colega da minha sala da escola trouxe um toca-fitas, carregado com uma fita cassete emprestada por um irmão mais velho da faculdade. Abrindo caminho para uma viagem escolar de ônibus com duração de horas, ouvi o álbum homônimo de estreia dos RAMONES de 1976 tocar repetidamente. Achei que era a coisa mais engraçada que já tinha escutado, sabe? Não conseguia acreditar que alguém faria música assim".
Talvez não seja a reação que você esperaria ouvir a um álbum que desempenharia um papel formativo no desenvolvimento musical de Albini, mas com o passar do tempo, ele começou a ouvir seu charme e apelo.
Quando retornou para casa, Albini imediatamente fez uma visita à loja de discos da sua cidade, perguntando se eles poderiam encomendar esse disco dos RAMONES para ele. Admitidamente "sendo um verdadeiro incômodo" telefonando incansavelmente à loja de discos para saber se o disco havia chegado, ele finalmente tinha conseguido sua própria cópia em fita-cassete do 1º disco dos RAMONES semanas depois. Após escutar a fita por várias vezes "virando o lado da fita quando acabava, tocando novamente, virando o lado da fita quando acabava, tocando novamente, e assim ia", ele foi direto avisar seus amigos, dizendo: "Vocês têm que ouvir essa fita, é a coisa mais estúpida de todas".
Albini e seus amigos se tornaram "fãs obsessivos dos RAMONES" e eles encontraram outro disco da banda, encomendaram, e depois encontravam outro disco da banda, e encomendavam, e assim faziam.
Ele concluiu sobre essa experiência cósmica: “Cada coisa que fiz na música ou nessa profissão que me dominou pelo resto da minha vida, posso atribuir àquele momento em que ouvi aquela fita cassete dos RAMONES em um ônibus escolar. Há momentos em que penso que tive muita sorte que naquela excursão escolar, quando eu estava naquele modo suscetível que, você sabe, eu não acabei ouvindo uma fita cassete do RUSH ou do GRATEFUL DEAD ou algo assim, quem sabe como minha vida teria sido se eu tivesse escutado”.
Comentários