Deep Purple: "esse disco da banda foi um desastre", disse o guitarrista Ritchie Blackmore
by Brunelson
há 7 horas
4 min de leitura
As apostas são sempre um pouco mais altas para as bandas, pois suas carreiras correm o risco de implodir completamente se algo der errado.
Ritchie Blackmore, lendário guitarrista do DEEP PURPLE, conhece muito bem essa ansiedade, pois após sua primeira saída da banda, ele formou o grupo RAINBOW em 1975, selando para si um futuro firme na cena sonora.
Mas quando seus antigos camaradas voltaram a chamá-lo, ele sabia que não tinha outra opção a não ser se juntar aos pesos pesados do hard rock e uma das bandas que influenciariam o heavy metal.
Embora a maioria das reuniões seja saudada como uma revolução do rock and roll, é justo dizer que quando a formação clássica do DEEP PURPLE se reuniu em meados da década de 80, as coisas não foram exatamente sempre tranquilas. De fato, de acordo com o próprio Blackmore, seus esforços se tornaram tão caóticos que quase destruíram a banda completamente, ameaçando deixar toda a dinastia DEEP PURPLE em ruínas.
Apesar de estar contente com novos pastos musicais na época, Blackmore explicou uma vez em entrevista suas razões para decidir se juntar à banda nos anos 80: “Eu estava muito feliz com o RAINBOW e estávamos indo muito bem, mas então, Ian Gillan (vocalista do DEEP PURPLE) apareceu e me disse: ‘Vamos nos reunir?’ Ele meio que me convenceu e as pessoas estavam falando sobre muito dinheiro e eu falei: ‘Ok, eu topo’”.
Inicialmente, as coisas pareciam estar indo muito bem com o lançamento do álbum, "Perfect Strangers" (11º disco, 1984), marcando o 1º retorno do DEEP PURPLE às ondas das rádios em cerca de 09 anos. Esse álbum lançou a banda de volta para a liga de ouro do Top 05 nos rankings e os impulsionou para uma grande turnê mundial, provando que ainda tinha vida pulsando naquele velho cachorro.
Encerrada essa turnê, as coisas pareciam caminhar muito bem, com o grupo entrando mais 01 vez no estúdio para gravar outro álbum, "The House of Blue Light" (12º disco, 1987), mas quando eles embarcaram para fazer outra turnê gigantesca ao redor do planeta, foi lá que as rachaduras mais uma vez se instalaram.
Blackmore continuou: “Eu acho que o disco 'Perfect Strangers' foi um bom álbum. Eu estava confortável com a banda e pensei que era possível lançarmos outro disco, que foi 'The House of Blue Light'. Mas quando resolvemos lançar o nosso disco ao vivo da turnê de 1987, 'Nobody's Perfect', foi um erro, porque acho que toquei uma merda nesse disco ao vivo”.
Na opinião de Blackmore, não foram apenas seus esforços que não estavam exatamente atingindo o alvo. Ele chegou a afirmar que: "Não acho que mais ninguém realmente tenha se interessado por esse disco ao vivo, o que pra mim foi um desastre". Por mais que isso possa parecer uma declaração um pouco exagerada, existe uma verdade nisso, porque o disco "Nobody's Perfect" mal fez um "estrago" nas paradas ao redor do mundo, e apenas 02 anos depois, em 1989, o vocalista Ian Gillan estava saindo do grupo, em meio a crescentes tensões musicais com Blackmore.
Isso só mostra que nem toda reunião de uma banda sempre será lendária. No final das contas, da mesma forma como acontece com alguns dos rompimentos românticos mais confusos, se há uma razão pela qual vocês não conseguiram trabalhar juntos na 1ª vez, nem sempre os mais altos valores monetários podem compensar isso.
Por mais que o DEEP PURPLE fosse um pilar firme da santíssima trindade do que viria se tornar no heavy metal (ao lado do LED ZEPPELIN e BLACK SABBATH), seu legado e de todas as grandes bandas da história do rock, evidentemente precisam envolver muito mais trabalho inter-relacional, do que apenas música.
Comentários