- by Brunelson
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Em um olhar reflexivo sobre o rap como um todo, há poucos momentos cruciais na história do crescimento deste gênero se comparar com o que o BEASTIE BOYS ajudou a introduzir ao gênero e ao rock em termos gerais.
Com o seu álbum de estreia em 1986, "Licensed to I'll", eles apareceram com uma nova batida para o ser humano comum de rua. Esse disco foi diferente de tudo o que rolava nas bandas rap da época e deu ao grupo uma plataforma para construir, mas o mais importante, permitiu que o rap ganhasse força no mainstream como nunca antes.
Antes do BEASTIE BOYS, o rap era um segredo underground e não como seria visto depois e é até hoje, onde em tempos cibernéticos todos os gêneros obscuros de música estão disponíveis com um simples clique do mouse do computador.
Lançado pela Def Jam Records - gravadora fundada em 1984 pelo produtor Rick Rubin - a mesma mergulhou no rap e hip-hop, a qual tinha todas as conexões necessárias para iniciar um movimento. Assim, BEASTIE BOYS foi uma de suas primeiras contratações e embora a gravadora já tinha lançado alguns discos de rap antes do álbum de estreia do BEASTIE BOYS, nenhum deles teve um impacto comercial da forma estrondosa que o disco "Licensed to I'll" gerou.
A sua estreia chegou como um tornado atingindo o 1º lugar em vários rankings da Billboard. Foi absorvido por pessoas de todo o mundo que nunca tinham ouvido rap antes do BEASTIE BOYS aterrissar em suas vidas, onde esse power trio agiu como uma porta de entrada para os fãs que gradualmente mudaram para outros artistas depois de ficarem viciados no rap.
Sendo percebidos também pela sua vantagem cômica coletiva na banda com esse álbum de estreia, o público ainda se viu absorto pela magia que Mike D (vocalista/baterista), MCA (vocalista/baixista) e Ad-Rock (vocalista/guitarrista) haviam criado.
"Licensed to I'll" se tornou o primeiro álbum de rap/hip-hop na história a chegar ao topo das paradas e embora isso tenha perturbado uma minoria de fãs do hardcore que rapidamente desprezaram o trio como falsos (BEASTIE BOYS começou como uma banda de punk rock/hardcore), o tempo provaria que o BEASTIE BOYS era um negócio verdadeiro.
“A única maneira de nos tornarmos a banda que nos tornamos é porque naquela época, New York tinha tudo acontecendo ao mesmo tempo”, Mike D refletiu numa entrevista ao jornal britânico The Guardian em 2018 sobre como a sua formação foi fundamental para o sucesso.
Ele acrescentou: “Agora, você pode obter todas as músicas que nos influenciaram pelo celular, mas naquela época, New York realmente era o único lugar no mundo que tinha essa confluência de todos esses tipos diferentes de música. Coisas da new wave, da no wave, punk rock e o início do rap. Até mesmo jazz, salsa e qualquer outra coisa”.
Teria sido fácil para os garotos do BEASTIE BOYS ficarem "bêbados" com a sua fama recém-descoberta, mas em vez disso eles decidiram elevar as bandas de rap ao seu redor numa tentativa de agitar uma tempestade em escala nacional - para logo depois se tornar global.
Em 1987, eles saíram em turnê com o PUBLIC ENEMY para uma série de shows brilhantes. O impacto dessa turnê mudou a mentalidade do vocalista do PUBLIC ENEMY, Chuck D, e ajudou enormemente a sua banda.
Ao introduzir o BEASTIE BOYS ao Rock and Roll Hall of Fame em 2012, Chuck D revelou que “quando o BEASTIE BOYS surgiu, nos fez repensar o que devíamos fazer no palco e afirmou para nós o quão importante o BEASTIE BOYS poderia fazer para o nosso próprio sucesso. Dessa forma, eles literalmente nos ajudaram a nos recompor, fazendo jus a mais do que o seu nome fazia noite após noite na estrada”.
Embora também seja evidente que, sem dúvida, PUBLIC ENEMY desempenhou um papel no motivo pelo qual todo o planeta ficou feliz em embarcar com o BEASTIE BOYS quando eles surgiram, eles também tinham as habilidades e o talento necessários para apoiar o motivo pelo qual receberam tanta atenção em massa.
Depois do disco "Licensed to I'll", o domínio do rap/hip-hop sobre a cultura popular só aumentou a cada ano que passava. Desde então, o gênero assumiu muitas encarnações à medida que se desenvolveu a cada geração.
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