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Ramones: a opinião de Johnny e Dee Dee Ramone sobre o Grateful Dead e a música disco

  • by Brunelson
  • há 13 minutos
  • 3 min de leitura

Muitos artistas gostam de "viver o truque". 


Se sua banda é baseada em um certo personagem que a mídia criou, os artistas podem brincar com esse personagem em entrevistas só para manter as aparências de forma irônica. 


BEASTIE BOYS infamemente acabou com o rótulo "idiotas da fraternidade" de seu personagem, depois que suas festas ininterruptas em turnês os fizeram ameaçar se tornarem esses idiotas da fraternidade da vida real. Outras como o SONIC YOUTH, apenas zombavam das perguntas que recebiam de jornalistas em suas entrevistas, citando pergaminhos de histórias malucas e inventadas na hora, apenas para deixar todos sem resposta nenhuma.


O que dizer sobre a conduta do frontman do SMASHING PUMPKINS, Billy Corgan, durante toda sua carreira? Sempre perseguido pela mídia e firme em suas declarações sobre não querer se vender ou não querer virar um produto da gravadora ou do público mainstream. Sem contar o frontman do QUEENS OF THE STONE AGE, Josh Homme, que volta e meia fica pregando mentiras (até logrando sua morte) ou contando histórias repetitivas, mas só trocando o nome dos álbuns citados. Sem dúvida, incorporando o personagem do "vilão" do rock'n roll, além do seu histórico de drogas em seus primeiros discos.


E o "truque" dos RAMONES era que eles não eram a banda mais brilhante do mercado de rostinhos bonitinhos, sendo que eles viveram 3/4 disso em toda sua carreira - sem contar suas vestimentas, onde a mídia apontava que eles eram parte de uma gangue.


Porém, a simplicidade dos RAMONES foi o que os tornaram brilhantes, sendo a banda que criou o punk rock e geraria milhares de filhotes no mundo underground e mainstream, sem contar a injeção de coragem que eles deram a muitos em finalmente quererem formar uma banda ou subirem no palco pela 1ª vez. A capacidade deles de não serem qualquer coisa além de si mesmos, era revigorante e confiável. RAMONES se tornou o AC/DC do punk rock, pois você sabia exatamente o que obteria com qualquer coisa em que seu logotipo fosse estampado e a certeza de que eles sempre iriam arrasar.


Em 1979, o guitarrista Johnny Ramone e o baixista Dee Dee Ramone tinham sido entrevistados pelo cantor desaparecido até hoje, Jim Sullivan.


Como era o auge da música disco, Sullivan começou perguntando sobre seus pensamentos sobre esse gênero musical. Johnny respondeu com a sua típica consideração e racionalidade, descrevendo-o como "nojento" antes de acrescentar: "É algum tipo de conspiração comunista para tornar nossos cérebros suaves e para tirar as fendas deles. Cada artista desse gênero soa igual um ao outro. Tudo soa igual, é tudo fabricado e é uma coisa idiota".


Começando assim "muito bem" a entrevista, a mesma atinge um crescendo verdadeiramente desconcertante quando Sullivan, claramente lutando por algumas respostas que não fossem monossilábicas, pergunta o que a banda pensa sobre o GRATEFUL DEAD. Tanto Johnny quanto Dee Dee torceram o nariz, com Dee Dee dizendo que sua banda "sente pena deles" e Johnny acrescentando: "Acho que eles usaram muito ácido LSD".


Aqui foi uma declaração selvagem, considerando que Dee Dee estava passando a maior parte do tempo naquela época usando drogas pesadas (cocaína e heroína).


Mas a cereja do bolo é Dee Dee, terminando seus pensamentos sobre o GRATEFUL DEAD: "Eu gosto de estrelas do rock legais e de aparência limpa".


Esse era Dee Dee Ramone... Com uma declaração dessa, creio que fica claro para todos uma outra vertente do que é viver sobre o truque.

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