Kurt Cobain: confira a lista dos seus livros preferidos de todos os tempos
- by Brunelson
- há 43 minutos
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Kurt Cobain, o líder intransigente do NIRVANA e figura pioneira do movimento grunge, foi um compositor profundamente emotivo e oculto por trás do som estrondoso e implacável da música da sua banda.
Mas aqui, iremos relembrar os livros preferidos de Cobain e suas inspirações literárias mais importantes, numa tentativa de apreciar sua influência duradoura na cultura contemporânea.
A mitologia em torno de Kurt Cobain aparentemente nunca desaparecerá. Desde que o vocalista/guitarrista do NIRVANA surgiu na cena musical com seus vocais rasgados e músicas que impactariam as redes sociais, as letras de Cobain têm sido amplamente elogiadas como a de um gênio.
E um dos motivos para tal aptidão com a caneta nas mãos pode ter vindo do seu gosto insaciável pela literatura.
Grande parte da sua coletânea de livros não será novidade para alguns dos fãs mais devotos do NIRVANA. Cobain costumava ser bastante aberto sobre suas influências literárias ao longo da vida e essa tendência continuou até pouco antes do seu falecimento em abril de 1994, sendo que em uma de suas últimas entrevistas, ele foi questionado sobre os livros que inspiraram suas letras musicais e sua vida.
Parando por um momento, Cobain tinha um livro em particular que não conseguia deixar de mencionar: "Perfume", de Patrick Suskind.
Esse romance, que se trata de um terror histórico que acompanha um aprendiz de perfumista cujo olfato aguçado o afasta de todos ao seu redor, teve um impacto duradouro em Cobain. O livro acompanharia o líder do NIRVANA em muitas turnês e inspirou diretamente a música "Scentless Apprentice", lançada no último disco do NIRVANA, "In Utero" (4º trabalho de estúdio, 1993).
"Eu li o livro 'Perfume', do autor Patrick Süskind, e desde então, nunca mais o consegui parar de ler. É como se ele estivesse dentro do meu bolso o tempo todo, onde esse livro simplesmente não me deixa mais", havia dito Cobain em entrevista.
No entanto, seu amor pelas palavras não se limitava ao gênero do terror. Na verdade, Cobain era um leitor proficiente e abrangente. Ele amava poesia, Bukowski, as obras dos poetas da Beat Generation, assim como muitos dos seus outros companheiros ícones do rock, encontrando também um lugar especial em seu coração para o escritor William Burroughs.
Além de usar a mesma técnica "cut-up" de Burroughs para escrever suas letras - também usada por David Bowie - o frontman do NIRVANA viria a colaborar com o poeta na canção experimental, "The Priest They Called Him", de 1993, uma peça de palavra falada pelo próprio Burroughs com uma série de acompanhamentos distorcidos pela guitarra de Cobain ao fundo.
Em meio à transformação do rock alternativo na época, Cobain também encontrou tempo para ensaios progressistas e pensamento crítico, incluindo as obras controversas de Paglia. "Gosto muito de Camille Paglia. É muito divertido, mesmo que eu não concorde necessariamente com o que ela diz", Cobain tinha comentado. Além de um astro do rock subversivo nos palcos, Cobain também era muito progressista fora dele. Ele ofereceu um ponto de vista feminista pioneiro e inovador, vindo de um cenário machista que ainda era no rock and roll na década de 90.
Ao falar sobre o Manifesto SCUM de Solanas, ele disse: “Solanas era uma feminista militante que, na minha opinião, tinha ideias incríveis. Todos a chamavam de louca porque as suas ideias eram bem violentas, pois seu livro basicamente diz que as mulheres devem dominar o planeta, e eu concordo com isso”.
A lista eclética dos livros preferidos de Cobain, compilada a partir de diversas entrevistas concedidas ao longo de sua vida e pelos seus diários, demonstra não apenas um leitor fanático, com uma sede insaciável por conhecimento ou uma mente aberta e compreensiva. Mas também demonstra que, acima de tudo, Cobain era um amante das palavras - e projetava sua próprias palavras ao mundo externo em forma de terapia.
Seria essa paixão lasciva por letras que o diferenciaria das letras padronizadas do rock and roll. A partir da explosão do grunge e muito devido a Cobain no início dos anos 90, todas as músicas de rock and roll não seriam mais sobre sexo, dinheiro e garotas.
Agora, o som pesado do rock poderia ser salpicado com os temas emocionais e subversivos que só vêm da leitura de grandes livros. É verdade que Cobain acreditava que a música deveria ser sobre energia acima de tudo, mas a eletricidade com que ele carregava cada palavra faz com que suas letras fervilhem por décadas (e ainda contando).
Confira os livros que eram os favoritos de Kurt Cobain:
The Inferno by Dante Alighieri
Three Novels: Malloy, Malone Dies, The Unnameable by Samuel Beckett
Junky by William S. Burroughs
Naked Lunch by William S. Burroughs
Queer by William S. Burroughs
Ham On Rye by Charles Bukowski
Post Office by Charles Bukowski
Geek Love by Katherine Dunn
The Outsiders by S.E. Hinton
The Dharma Bums by Jack Kerouac
On The Road by Jack Kerouac
Collected Essays by Camille Paglia
The Catcher in the Rye by J.D. Salinger
Hamlet by William Shakespeare
SCUM Manifesto by Valerie Solanas
Perfume by Patrick Süskind
Selected Works by Elinor Wylie












































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