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Cream: "esse é o único álbum da banda que eu realmente gostei em toda sua íntegra", disse Eric Clapton

  • by Brunelson
  • há 21 minutos
  • 3 min de leitura
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À medida que a invasão britânica dos anos 60 avançava em um ritmo vertiginoso, muitas das principais forças do movimento saltaram em poucos anos do blues delta americano ou do rockabilly para jams psicodélicas. 


E o vocalista/guitarrista do CREAM, Eric Clapton, não foi exceção. Cansado da direção pop crescente de sua antiga banda, THE YARDBIRDS, Clapton se juntou aos puristas do blues em 1965, o grupo John Mayall & The Bluesbreakers, antes de pular do navio mais uma vez em busca incansável do seu próximo nicho.


Inspirado pela formação power trio de uma banda na época, Clapton convenceu os ex-membros da GRAHAM BOND ORGANIZATION, Jack Bruce (vocalista/baixista) e Ginger Baker (baterista), a formar uma banda, unindo seu amor compartilhado pelo blues com o ataque lisérgico da contracultura em suas futuras composições.


Aqui, Clapton já era considerado um maestro da guitarra antes mesmo do álbum de estreia do CREAM ser lançado, "Fresh Cream" (1966), onde suas qualidades já eram bem conhecidas pelas ruas de Londres. Famosos por suas longas jam sessions e estendendo algumas de suas músicas para 20 minutos, o CREAM involuntariamente lançou as bases para o rock progressivo e provou ser um sucesso para a crescente multidão hippie apaixonada por seu hard rock com toques de ácido LSD.


Mas Clapton sempre ficou "escamado" com a celebração que o CREAM estava recebendo: “Tinha apenas algumas coisas das quais eu realmente me orgulhava naquela época e agora”, Clapton confessou para a revista Classic Rock em 2016 ao avaliar o legado do CREAM. “A maioria delas estava no álbum de despedida, não sei... Acho que nos perdemos bem rápido com o CREAM, sabe? Era tudo só fumaça, espelhos e estávamos apenas tentando manter a coisa rolando. Não tínhamos realmente um líder na banda e acho que isso era parte do problema. A liderança no grupo mudaria em um piscar de olhos”.


No final de 1968, o CREAM já tinha seguido seu curso. A falta de coesão permitiu que as antigas animosidades entre Baker e Bruce levassem a melhor sobre eles, com as tensões resultantes forçando a banda a desistir depois do lançamento e turnê do seu 3º álbum de estúdio, "Wheels of Fire" (1968). Empurrado pelo empresário da banda, Robert Stigwood, o CREAM foi intimado para lançar mais 01 disco e realizar uma turnê de despedida.


E por incrível que pareça, onde existem coisas nesse plano terrestre que nunca iremos conseguir entender, o último álbum da banda, "Goodbye" (4º disco, 1969), é o preferido de Eric Clapton e deixou de ser um fracasso completo, com canções de destaque como "What a Bringdown", com seu groove singular, e "Badge", que se tornaria um clássico furtivo com a participação especial do seu colega dos BEATLES, George Harrison, sob o pseudônimo L'Angelo Misterioso.


Conforme a biografia do CREAM, o álbum "Goodbye" foi o último suspiro orgânico para Clapton, dizendo que foi o único disco do CREAM que ele realmente gostou em toda sua íntegra.


E por mais bizarro que seja, Clapton explicou o real motivo deles terem gravado esse último álbum e que nem era para existir, concluindo: “O nosso produtor tinha nos dito: ‘Pessoal, vocês tem que gravar um álbum final para mim’, e nós falamos: ‘Cara, não vai dar, porque nós nos odiamos’. Daí ele disse algo que Jerry Wexler (renomado jornalista e produtor musical) estava com câncer, que estava morrendo e queria ouvir mais um álbum do CREAM. Então, nós entramos no estúdio, gravamos o disco 'Goodbye', para que no final de tudo ficarmos sabendo que Jerry Wexler não estava morrendo, ele só estava se recuperando de uma doença e acabou melhorando muito bem".


"What a Bringdown"


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