Dave Grohl: "você não é invencível, você é vulnerável e frágil" - Parte 9
Confira a entrevista que o site Vulture havia feito com Dave Grohl, baterista do NIRVANA e frontman do FOO FIGHTERS, em divulgação ao seu novo livro biográfico, "The Storyteller: Tales of Life and Music".
Nesta 9ª parte que separamos para você, Grohl comenta o que passou em sua cabeça quando quebrou a perna num show em 2015 e como é o funcionamento musical da banda no ensaio e para os shows:
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Jornalista: O seu livro de memórias, "The Storyteller", começa detalhando algumas das consequências em seu corpo por ser um frontman. Você já pensou em desacelerar? Ou isso começou a acontecer neste ano que passou? O seu plano era fazer apenas turnês rápidas e compactas, mas você acabou fazendo shows em arenas e estádios com muito espaço para respirar...
Dave Grohl: Quando eu quebrei a minha perna, me lembro de ter pensado que era uma mensagem do universo me dizendo para relaxar. Você não é invencível, você é vulnerável e frágil. Você precisa desacelerar... Eu considerei isso e ainda saí em turnê para mais 65 shows sentado em uma maldita cadeira, mas eu realmente gosto do que faço e sou criativamente inquieto. (Dave Grohl quebrou a perna quando caiu do palco num show do FOO FIGHTERS na Suécia em 2015, inclusive continuou este mesmo show sentado numa cadeira e tocando e cantando com a perna quebrada).
Jornalista: Eu vi o show do FOO FIGHTERS no Madison Square Garden em 2018, New York. Me chamou a atenção a precisão que a banda possui e que eu acho que é a marca registrada do FOO FIGHTERS. Pensando nesse aspecto, é certamente uma banda de um baterista.
Grohl: No que diz respeito a reunir uma banda e garantir que a música seja firme e poderosa, tentamos ser o melhor que podemos, mas musicalmente temos um ditado: se ficar melhor, vai piorar. Nós ensaiamos até certo ponto e eu não gosto de ensaiar seções prolongadas de jams no meio das músicas. Foda-se isso... Vai acontecer quando acontecer na hora do show, sabe? Eu não quero coreografar isso no estúdio e o que me leva ao próximo show é não saber o que vai acontecer. Especialmente depois de 26 malditos anos... Oh, meu Deus! Não tem jeito! Parte da intimidade de um grande show é permitir que o público não apenas participe, mas também que tenha uma visão clara das pessoas que estão no palco. Com isso, vem aquela vibração solta em que eu e Pat Smear (guitarrista) estamos azucrinando um com o outro no palco, ou eu e o baterista Taylor Hawkins estamos vagando por um território jam traiçoeiro em uma música onde vocês ficam, tipo: "Cheguem logo ao refrão, seus fdp".
"Monkey Wrench" (2º disco, "The Colour and The Shape", 1997)
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