Deep Purple: a música da banda que o vocalista disse que "tem de tudo e é a definitiva do grupo”
É realmente difícil definir uma banda como o DEEP PURPLE em qualquer gênero se formos abraçar toda sua carreira e discografia.
Fora as diferentes formações que eles tiveram ao longo do tempo, ouvir todos os seus álbuns de estúdio desde sua formação até hoje, tende a ser como ouvir artistas completamente diferentes o tempo todo.
Mas se tiver uma música mais recente que captura a essência do que o DEEP PURPLE era nas antigas, para o vocalista Ian Gillan esta canção seria "Nothing at All" (21º disco, "Woosh", 2020).
É verdade que Gillan nunca esteve nas trincheiras da banda quando tudo começou. De todos os membros da formação original, apenas o baterista Ian Paice viu tudo o que aconteceu com a banda. E quando o DEEP PURPLE deu o atrevido passo de demitir seu vocalista e baixista originais, dando origem à formação clássica do grupo e de maior sucesso comercial com a entrada do vocalista Ian Gillan e do baixista Roger Glover, mesmo assim eles abrangiam canções distintas como "Black Night" (single de 1970) - que mais parecia estar próxima da escola do LED ZEPPELIN - e "Child in Time" - um épico de quase 10 minutos de duração apresentando os primeiros gritos de heavy metal já gravados (4º disco, "In Rock", 1970).
Chegando em tempos modernos, Gillan uma vez disse em entrevista para o site VWMusic qual seria a música do grupo que mais se aproximava de como a banda escrevia suas canções da era da formação clássica dos anos 70: “Acho que seria a canção 'Nothing at All', que conta uma história de uma forma que sempre gostava de contá-la. É principalmente a parte lírica da qual me refiro, mas quando ouvi aquele riff de guitarra pela 1ª vez antes de escrever as letras, me lembro que aquilo tocou meu coração e eu disse para o pessoal da banda: 'Eu quero cantar essa música'. Para nós, é um ritmo diferente, mas ao mesmo tempo tem de tudo da nossa banda e pra mim é a música definitiva do DEEP PURPLE”.
Apesar de ser uma pequena mudança de ritmo em relação ao que o DEEP PURPLE se tornou conhecido, eles já haviam feito alguns ritmos parecidos antes, incluindo a canção "Pictures of Home" do clássico álbum "Machine Head" (6º disco, 1972). E realmente, parece que a música "Nothing at All" é uma sobra de estúdio de algum disco da banda dos anos 70.
Essa também é uma das letras mais sinceras que Gillan já cantou, como se estivesse falando sobre todos os problemas da vida e garantindo a todos, desde seus filhos até sua família e amigos caídos, que eles não têm nada a temer. Depois de anos dominando o mundo do rock, o fato de Gillan ainda encontrar tempo para sorrir em meio às dificuldades que uma carreira de músico apresenta, é uma vitória nesse negócio.
Poucas bandas e artistas viveram para ver seus anos de crepúsculo, mas o DEEP PURPLE permanece por ainda estar fazendo o que lhe deixa feliz e sempre em busca de sua pulsão de vida.
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