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by Brunelson
Compor músicas é uma forma de arte que nem sempre pode ser explicada, mesmo pelos próprios responsáveis por criar tal magia.
Em contrapartida, a motivação para essas peças de majestade musical pode ser simples e esclarecida com extrema facilidade. No caso de John Fogerty, vocalista/guitarrista do CREEDENCE, a sua melhor música nasceu de puro júbilo.
Antes de iniciar a sua carreira musical em tempo integral, a vida de Fogerty sofreu um desvio indesejado quando ele foi convocado para servir no exército dos EUA. Embora ele preferisse dedicar esse tempo ao aprimoramento de sua arte, o músico e seu país estavam envolvidos na polêmica Guerra do Vietnã.
Felizmente, Fogerty só precisou participar do treinamento antes de ser colocado na reserva por 01 ano, quando seria dispensado em 1968. Ele nunca foi enviado ao Vietnã e apesar de estar a milhares de quilômetros de distância do conflito, o seu tempo como balconista na base militar de Fort Knox, deu-lhe uma visão da gravidade da situação.
Antes de ser convocado pelo exército, Fogerty já tinha formado o CREEDENCE e lançado o álbum homônimo de estreia em 1968, o que lhe deixava ansioso por esperar pela oportunidade de seguir a sua paixão em tempo integral. Quando recebeu alta do exército, Fogerty ficou em êxtase e cheio de imenso alívio. Naturalmente, durante esse momento de extrema emoção, ele recorreu à caneta e uma folha de papel e o resultado foi a resplandecente música “Proud Mary”, na qual ele canalizou toda a sua energia ao cria-la.
Explicando no livro "Bad Moon Rising: The Unofficial History of Creedence Clearwater Revival", do autor Hank Bordowitz, Fogerty falou sobre esta canção: “O exército e o CREEDENCE se sobrepunham, então, eu era 'aquele hippie com um disco tocando nas rádios' e que queria sair do exército. Um dia em uma das minhas folgas, cheguei na escadaria do prédio onde eu morava e tinha uma carta do governo americano que era do tamanho de um diploma. Estava lá no chão por alguns dias, bem ao lado da minha porta, quando peguei o envelope e vi o meu nome escrito nele”.
Ele continuou: “Entrei em casa, abri o envelope e vi que era a minha dispensa honrosa do exército. Eu finalmente estava fora! Estávamos em 1968 e as pessoas ainda estavam morrendo na guerra. Fiquei tão feliz que corri para um pequeno gramado que tinha nos fundos e comecei a dar um monte de cambalhotas no chão. Então, entrei em casa, peguei o meu violão e comecei a dedilhar algumas coisas e várias falas boas começaram a sair de mim imediatamente”.
Fogerty finalizou: “Fiz algumas mudanças de acorde, terminei de escrever as letras e no momento em que a toquei de forma completa pela 1ª vez, eu sabia que tinha escrito a minha melhor música, porque aquilo vibrava muito dentro de mim. Quando fui ensaiar com a banda e a tocamos pela 1ª vez, me senti como Cole Porter (artista musical)”.
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