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  • by Brunelson

Kyuss: Josh Homme sugere retorno do grupo para encerrar de forma digna


Kyuss

Josh Homme, vocalista/guitarrista do QUEENS OF THE STONE AGE, sugeriu que a sua antiga banda, KYUSS (onde ele era guitarrista), se reunisse para um show beneficente em uma nova entrevista à World Radio.


KYUSS foi uma banda do deserto da California e que lançou 04 álbuns de estúdio entre 1991 a 1995. Nesta atual década, o grupo tinha retornado com realizações de shows, mas com somente dois dos membros originais.


Até aí, tudo bem, mas o que estava se desenrolando nos bastidores era outra história, onde Homme abre o seu coração nesta entrevista e revela tudo o que se passou na conversa entre os membros da banda e na ação judicial que acarretou.


Ele começou falando sobre o 25º aniversário do último álbum de estúdio do KYUSS, chamado "And The Circus Leaves Town" (4º disco, 1995).


Seguem alguns trechos:


"Não sou bom em guardar recordações e também não sou muito nostálgico, porque acho que às vezes acabo ficando um pouco triste e sinto que há uma pilha enorme de coisas para fazer ainda na vida, sabe? Às vezes, sinto que, quando olho para uma foto ou algo assim, penso: 'Cara, nunca mais será desse jeito novamente. Isto aqui é apenas onde eu estava no momento'".


"Então, procuro ficar atento ao presente, mas ficar sabendo que o último disco do KYUSS está fazendo 25 anos, realmente me deixa muito feliz. Me deixa um pouco orgulhoso por ter feito algo há muito tempo atrás e ainda estou vivo aqui para ver”.


Homme acrescentou sobre a ideia de fazer este álbum: "Eu acho que a maneira como o baterista Brant Bjork saiu depois do álbum 'Welcome to Sky Valley' (3º disco, 1994), foi um choque muito real e muito parecido como um tapete sendo puxado debaixo de você, sabe? Porque eu realmente não entendi por que ele estava saindo e ele nunca foi capaz de deixar isso realmente claro para nós".


"Também acho difícil quando você é jovem assim, tipo, é difícil dizer: 'Preciso ir nessa direção'. Quando Brant saiu, ele pediu que o nosso empresário nos dissesse que ele estava saindo, então, não fomos falar com Brant. Uma das últimas coisas que ele havia nos dito, foi: 'Acho que a banda deveria terminar'. Eu realmente amava Brant e acho que foi um momento difícil de ouvir que o seu amigo se foi e ele não estava explicando o porquê daquilo e o porquê que a banda deveria terminar".


"Um aspecto com o qual eu sempre concordei é que as bandas, especialmente na época, estavam convencidas de que grupos de rock não deveriam durar muito tempo. Na época, eu realmente senti que você fazia o seu melhor trabalho e quando você percebia que fez o seu melhor, é quando você terminava com uma banda. Pessoalmente, terminar com uma banda no ápice absoluto de sua criatividade com um grupo de pessoas, provavelmente eu poderia ter compartilhado dessa ideia, mas lá no fundo eu sentia que deveríamos pelo menos gravar mais um disco".


"Quando sugeri o título do nosso último álbum, acho que sabíamos que era aquilo mesmo ou senti que estava chegando ao fim. Apenas com essa bela escuridão ameaçadora, o último disco 'And The Circus Leaves Town' parece atemporal e é onde tudo acaba, observando-o desaparecer no horizonte".


Homme falou de quando a banda havia retornado para fazer shows: “A minha filosofia sempre foi: nunca faça uma reunião, nunca faça uma sequência. Não é para ser o que era, é o que é. É assim que eu me sinto, como um legado que envolve ter estado no epicentro de uma cena criada, uma coisa tão frágil como uma escultura de gelo, mas não quero ser visto como um 'secador de cabelos' nessa coisa toda, certo?"


“Tudo o que você precisa fazer é mostrar respeito um ao outro e dizer: 'Hey, nós queremos fazer isso e queremos conversar sobre aquilo'. Quando o baixista Scott Reeder me disse que eles estavam querendo lançar um novo álbum de estúdio, eu disse: 'Ok, vamos sentar e conversar'. Scott e eu fomos conversar com o vocalista John Garcia e com Brant. Mas na verdade a conversa nem era para ter sido com Brant, porque ele havia nos deixado, certo? Só ficamos eu, John e Scott na banda".


"Eu cheguei a falar: 'Esta é uma conversa só entre nós três, eu, Scott e John'. Tínhamos que descobrir uma maneira para que o legado da banda fosse respeitado, tipo, você não pisa no legado e deixa a entender para todos outra coisa... Quando eles voltaram a fazer alguns shows, creio que foi uma escolha um pouco infeliz, porque na verdade está literalmente dizendo que o KYUSS estava vivo de novo, o que não era verdade, mas eu dizia: 'Quem se importa?'"


"Durante a nossa conversa e sem o meu conhecimento e de Scott, eles já haviam solicitado uma marca registrada para roubar o nome. Então, estou sentado com eles conversando de boa fé e com os empresários deles, sendo que eles já tinham feito os registros e inscrições, isso que o aplicativo só lhe dá 20 dias para se opor. Portanto, a noção de que estou sentado ali conversando de boa fé sobre como eles poderiam continuar e enquanto isso naquele exato momento, em outra sala em algum lugar, eles estão se candidatando a usar a marca registrada do nome KYUSS para que não possamos mais fazer parte, tornando John e Brant como 'donos'"...


"E então, John sentiu que estavam roubando algo dele e isso não é verdade, cara, eu não jogo dessa maneira. Para mim, isso também significava que eles não eram honestos para se tornarem pessoas confiáveis, porque eu estava sentado em uma sala conversando com eles e em vez de tratarmos o assunto, estava sendo esfaqueado pelas costas".


"Não havia escolha, a não ser agir legalmente".


"Suponho que, no final das contas, eles não precisavam de uma benção para tocar as músicas do KYUSS, mas eu estava concedendo a eles mesmo assim. Eu queria que esses caras se saíssem bem, pois estavam tocando a música do KYUSS para uma geração que só ouvira falar da banda e nunca tinha escutado antes, tipo, eu não via mal nisso. Mas tentar usurpar e levar embora com eles o nome da banda e tudo mais que envolve, foi uma jogada suja".


"O problema nisso tudo é que numa ação judicial todo mundo perde, todo mundo parece ser ruim e isso é terrível. Por isso que eu digo que é uma coisa muito frágil. É por isso que eu digo que sempre quis errar do lado que não batesse na escultura de gelo, se não vai quebrar. Se você não tocar mais, fica como um clássico, mas você não poderia pontuar o final de uma banda com uma ação judicial. Essas coisas são trágicas, terríveis e eles perderam a ação judicial, porque, é claro, você perde quando faz coisas assim e o dano é terrível".


"Mas para ser sincero com você e para responder à sua pergunta, houve momentos depois daquilo em que pensei que não poderia terminar daquele jeito, sabe? Agora, a única maneira real de terminar corretamente seria tocar com a banda, porque eles meio que quebraram a asa desse belo dragão que é uma escultura de gelo e a única maneira de colocar a porra dessa asa de volta no lugar, é tocarmos com a banda".


Homme finalizou: “Pensei nisso nos últimos anos, tipo, para fazer algo especial e até para compensar os erros de Brant e, infelizmente, de John. Penso que deveríamos nos apresentar e doar todo o dinheiro. Vamos nos apresentar aos nossos fãs, cobrimos os custos e ficamos com U$ 5,00 dólares para cada um... Para mim, descobrir uma maneira de ser desta forma é o que faria a banda terminar da melhor maneira".


"Porque nunca foi sobre dinheiro, cara, sempre falávamos coisas assim, tipo, nunca se tratou de ter fama e quando percebi a atitude que eles estavam fazendo naquele momento, fiquei realmente muito triste”.


Confira o videoclipe da canção "Green Machine" da banda KYUSS, lançada no 2º álbum de estúdio, "Blues For The Red Sun" (1992):

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