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Jornalista: De forma autodidata, você é um guitarrista, cantor e baterista. Estou curioso sobre a transferência entre essas habilidades durante o seu processo de composição. Outro dia, eu estava ouvindo o álbum "Wasting Light" (7º disco do FOO FIGHTERS, 2011). O álbum é uma volta ao básico em sonoridade e foi gravado na garagem da sua casa com o produtor do disco "Nevermind" do NIRVANA, Butch Vig, tudo em equipamento e fita analógica e enfatizando performances cruas, onde vocês realmente destruíram tudo lançando um dos melhores álbuns do FOO FIGHTERS. Sobre os riffs que estão nesse disco, quase parecem padrões de percussão, certo?
Dave Grohl: Eu tenho alguns fios cruzados na minha mente onde coloco as coisas em ordem, portanto, se estou cantando um vocal, a cadência do vocal será determinada por um padrão que se conecta a outro instrumento. Quando toco guitarra, vejo a corda mi grave como se fosse o bumbo da bateria. Eu olho para a corda "A" como se fosse uma caixa da bateria. Eu olho para as cordas mais altas enquanto elas tocam como pratos da bateria, então, está tudo conectado. Também penso na composição e nos arranjos como as engrenagens de um relógio, tipo, é grande e está girando, e então, há outra pequena engrenagem ao lado dele e todos eles giram em uníssono. Eu me lembro da 1ª vez que percebi que a música “Kashmir” do LED ZEPPELIN era na verdade 02 marcas de compasso opostas. Eu pensei: “Nossa! Isso é matemática..."
"Arlandria" (Álbum: "Wasting Light")