Algumas bandas têm um aperto de mão. Algumas têm uma música que gostam de tocar. Outras tiram um momento para meditar. Alguns gostam de se animar, enquanto outros precisam de um momento para se acalmar.
O que um grupo musical faz antes de subir ao palco é totalmente único para eles.
No entanto, o ritual pré-show dos RAMONES, assim como sua música sendo os criadores do punk rock, era sobre forçar os limites das coisas.
Quando os RAMONES se formaram em 1974, eles arrombaram as portas do mundo da música ao emergirem como os líderes da nova cena punk, bem quando New York estava cansada do clássico hard rock, com Lou Reed deixando o VELVET UNDERGROUND, Andy Warhol se tornado um recluso e a agitada cena Factory se dissipando, havia um buraco negro que tinha sido deixado na composição cultural da cidade.
E direto de Forest Hill, no Queens, os RAMONES surgiram para preenchê-lo.
Subindo ao palco de alguns dos locais que se tornariam centros históricos para seu próprio momento musical, os RAMONES se estabeleceram nos clubes CBGB e no Max's Kansas City. Ao lado de colegas como as bandas BLONDIE, TELEVISION, TALKING HEADS e Patti Smith, o grupo era inegavelmente o mais barulhento e selvagem de todos. De toda a sua cena punk inicial, pode-se dizer que eles realmente otimizaram o gênero, pois lideraram com energia em vez de tecnicidade e seguiram com a abordagem "do it yourself" que sempre foi associada ao som punk rock.
O espírito rebelde da banda não era encontrado apenas em suas músicas. Ele estava lá tanto no palco quanto fora dele, incluindo nos bastidores - na "sala verde" do local - onde a banda se preparava com seu ritual pré-show.
Enquanto a maioria dos artistas podem ser cuidadosos sobre o que eles se alimentam ou inalam ou bebem em um dia de show, priorizando proteger sua voz ou técnica no instrumento, ou garantindo que eles tenham resistência suficiente para passar por 01, 02 ou 03 horas de show, os RAMONES estavam sempre dispostos a forçar os limites.
De acordo com o gerente de relações públicas da banda, Mick Houghton, seu ritual pré-show incluía pedir comida indiana, especificamente o curry mais picante que eles pudessem encontrar, conforme está escrito na biografia da banda: “Era como um desafio para eles, enquanto estavam sentados ali com o suor escorrendo dos rostos”, pintando uma imagem no mínimo curiosa da banda nos bastidores com suas línguas e toda a boca queimando.
Mas não era só o nível de tempero da comida, era a quantidade também, já que o grupo aparentemente tinha olhos maiores do que a barriga e parecia fazer da missão comer o máximo que fosse possível. Comida apimentada em grandes quantidades, além de um show ativo ao vivo que os viam agitando seus corpos no palco, parecia mais uma receita para o desastre.
Mas só em algumas ocasiões, pois segundo Houghton, outra parte vital disso tudo era instruir alguém a colocar um balde fora do palco para quando eles precisassem vomitar - o que, felizmente, nem sempre acontecia.
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