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by Brunelson
Poucas bandas do punk rock têm um legado tão forte quanto o BAD BRAINS.
Enquanto um dos grupos pioneiros do punk rock fez uma sacola de hinos explosivos, o seu fator mais contribuinte continua sendo sua presença na cena e sua capacidade de mostrar que o movimento punk era uma arena inclusiva e de aceitação para todos.
O grupo, que inicialmente se formou como um conjunto de jazz fusion sob o nome MIND POWER, logo desenvolveu um estilo rápido e intenso de punk rock e mudou o seu nome para BAD BRAINS ao ouvir a música "Bad Brain" dos RAMONES (4º disco, "Road to Ruin", 1978).
O vigor do seu público correspondia implacavelmente à sua energia frenética em cima dos palcos e os shows do BAD BRAINS ganharam a reputação de serem uma experiência como nenhuma outra.
Sem dúvida, embora a música deles os separasse da maioria, nem é preciso dizer que o BAD BRAINS não era igual à maioria das pessoas da comunidade punk na época, além deles tocarem também de uma forma diferente. Ser uma banda negra numa cena maioria branca, fez com que o grupo misturasse o seu amor pelo funk rock, um fator que eles fundiram com o punk rock e o hardcore e que viu o BAD BRAINS não apenas combinar dois sons diferentes, mas também diferentes culturas e explanando a confluência dos povos.
“Você tem que ser verdadeiro consigo mesmo. Nós propositadamente saímos do nosso caminho para sermos diferentes e nós simplesmente deixamos o espírito nos conduzir”, o guitarrista Dr. Know explicou uma vez. “Não éramos do tipo: ‘Bom, temos que compor uma musica desse tipo, porque é isso que estão tocando na rádio agora’. Tentamos nos agarrar a todas as nossas influências e apenas colocá-las no bolo”.
O guitarrista mais tarde elaborou desta declaração, dizendo ao site Louder Sound: “Nós meio que musicalmente nos abrimos e quebramos as barreiras, sabe? Um bando de negros tocando rock'n'roll louco que vocês, os brancos do rock'n'roll, nem conseguem tocar (risos), misturando funk rock e isso e aquilo, e depois tocando reggae também”.
Hoje, em 2021, é comum que grupos façam discos ecléticos que extraem dos seus vastos gostos musicais e os juntem em um único álbum. No entanto, isso era muito mais raro no final dos anos 70, quando o BAD BRAINS surgiu pela primeira vez com um estilo inédito, especialmente numa cena punk mono cultural.
BAD BRAINS esmagou enfaticamente o espelho e rasgou os limites do que se espera deles. Por sua vez, a sua presença resultou em fãs deles - mais notavelmente o BEASTIE BOYS - fazendo rap mesmo sendo brancos.
“Naquela época”, disse o baixista Darryl Jenifer ao site Vice, “um felino como eu da capital Washington tocava funk rock, o outro gato da Jamaica só tocava reggae e o outro gato tocava LED ZEPPELIN... Mas para o BAD BRAINS, ficar agitando e ser essa banda de punk rock/hardcore empurrando as coisas do jeito que fizemos, posso ver que fomos usados como uma ferramenta para espalhar o espírito da versatilidade. BEASTIE BOYS começou a fazer rap, RED HOT CHILI PEPPERS era uma banda funk rock, você me entende? O pessoal pensava: 'Bom, se esses caras negros da capital Washington podem ser uma banda punk rock, talvez eu, um cara branco, possa ser um rapper'”.
Embora o BAD BRAINS fosse diferente de outros grupos do movimento punk também por causa do seu tom de pele, era a sua atitude refrescantemente positiva que os diferenciava dos seus colegas. A música deles ainda tinha o mesmo punk rock, aquele espírito "do it yourself", mas o seu som era mais refinado por causa da sua pura arte e magistral habilidade técnica.
Eles provaram que o punk rock poderia ser algo diferente e que não precisava de uniforme. BAD BRAINS mostrou precisamente o quanto era possível dentro dos confinamentos desse movimento e abriu portas para a próxima geração.
Embora o sucesso mainstream nunca tenha sido a sua prerrogativa e tenha permanecido fora de alcance, o legado do BAD BRAINS continuou a crescer cada vez mais para várias bandas do mainstream e à medida que se tornavam reconhecidos como um dos grupos punk rock mais críticos de todos.
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