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  • by Brunelson

John Frusciante: a música do Led Zeppelin que fez ele querer retornar ao Red Hot Chili Peppers


Em uma era atual desprovida de heróis da guitarra, John Frusciante pode ser considerado como um dos "últimos dos moicanos".

Embora o espírito do movimento alternativo fosse se afastar dos papéis tradicionais de guitarristas virtuosos, Frusciante ficou feliz em ampliar os limites de sua arte como guitarrista do RED HOT CHILI PEPPERS, misturando elementos de bandas e artistas como Frank Zappa, Jimi Hendrix, PARLIAMENT FUNKADELIC e TELEVISION, tudo em uma salada musical eclética e colorida.


E nos anos 90, mesmo que Frusciante adorasse estar em uma grande banda de rock, ele não estava preparado para a bagagem psíquica que vinha com isso.

Sendo amigo e fã da banda em sua adolescência curtindo os shows do RED HOT CHILI PEPPERS nos clubes noturnos de Los Angeles, Frusciante seria o 3º guitarrista a passar pelo grupo depois que o guitarrista original, Hillel Slovak, tinha falecido por overdose de heroína. Frusciante entraria na banda e em sua 1ª de 03 passagens pelo grupo, gravaria os álbuns "Mother's Milk" (4º disco, 1989) e "Blood Sugar Sex Magik" (5º disco, 1991).


No auge da carreira do RED HOT CHILI PEPPERS no começo e ao longo da década de 90, Frusciante começaria a ficar mais desiludido por ser membro de uma das maiores bandas do mundo. Não querendo atender o público e tocar o que os fãs queriam ouvir, o guitarrista acabou preso em uma banda da qual não queria fazer parte, muitas vezes usando heroína para se sentir melhor.

Fora os famosos colapsos em shows e apresentações como no programa de auditório da TV americana em 1992, Saturday Night Live, onde Frusciante já sabia que queria sair da banda. Posteriormente em outra ocasião, ele chegou a dizer para os seus colegas de grupo pouco antes de subir ao palco em um show no Japão, que iria sair da banda.


RED HOT CHILI PEPPERS continuou com o guitarrista do JANE'S ADDICTION, Dave Navarro, quando Frusciante saiu em 1992 e se retraiu passando o resto da década em péssimas condições.

Definhando em seu apartamento, o guitarrista ocasionalmente era visto em estado esquelético, procurando fazer a música mais desanimadora possível. Ao ouvir seus álbuns gravados durante esse período, o guitarrista capturou alguns dos cantos mais sombrios de sua alma, muitas vezes soando como se estivesse no limite da sanidade.


Assim que percebeu que os narcóticos o dominavam, o guitarrista sentiu que precisava ficar limpo. Depois de largar o vício, restava a dúvida se ele ainda conseguiria tocar guitarra com a mesma ferocidade de antigamente. Embora fosse uma batalha difícil durante a maior parte de sua carreira, Frusciante iria tentar e se inspirou em um dos titãs do rock clássico.

Ao ouvir o catálogo do LED ZEPPELIN, Frusciante ficou fascinado com a versão cover do clássico blues, "I Can’t Quit You Baby". Embora essa música fosse uma presença constante no disco homônimo de estreia do LED ZEPPELIN em 1969, Frusciante seria atraído pela versão ao vivo lançada no disco póstumo da banda, "Coda" (1982).


Como Frusciante recordaria mais tarde, a espontaneidade desta versão ao vivo lhe deu incentivo para fazer música novamente: “Achei que se conseguisse tocar esta canção, então, seria bom o suficiente para entrar em um estúdio”. Depois de ganhar uma guitarra Fender Stratocaster do vocalista Anthony Kiedis, Frusciante voltaria ao RED HOT CHILI PEPPERS com força total no álbum "Californication" (7º disco, 1999).

Embora esteja claro durante a maior parte desse álbum que Frusciante ainda estava gravitando em simplicidade e melodia nos seus trabalhos, a sua velha ferocidade e técnica ainda criaram algumas das passagens mais comoventes que ele já gravou com o RED HOT CHILI PEPPERS, um álbum cheio de clássicos que elevou novamente a banda à estratosfera, assim como o tom limpo na música "Scar Tissue” ou usando os pedais de distorção fuzz em canções como “Parallel Universe”.

Frusciante certamente brilhou forte nos primeiros dias com a banda, mas ao voltar para a sua 2ª passagem com uma abordagem minimalista para o disco "Californication", os fãs enxergaram como ele sempre foi um guitarrista versátil.


"I Can't Quit You Baby” (Disco: "Coda")


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