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by Brunelson

Foo Fighters: "ouço o tempo todo por parte dos fãs que o 1º disco é o favorito deles", rel


Foo Fighters

O produtor Barrett Jones, que gravou o disco de estreia do FOO FIGHTERS (homônimo, 1995), tinha sido entrevistado pela revista Variety e falou sobre o aniversário de 25 anos deste álbum, relembrando as primeiras sessões de gravação com Dave Grohl.


Alguns meses após a morte de Kurt Cobain em abril de 1994, o baterista do NIRVANA, Dave Grohl, ligou para o seu amigo de longa data, o músico e produtor Barrett Jones.


Grohl queria um tempo para ele no estúdio.


O que aconteceu foi uma sessão de 05 dias tripulada por Grohl e Jones no Robert Lang Studios, em Seattle, que rendeu o álbum de estréia do FOO FIGHTERS: um punk grunge profundamente melódico.


Lançado em 04 de julho de 1995, foi um clássico instantâneo e vendeu mais de 1,5 milhão de cópias, segundo a RIAA.


25 anos depois, Grohl e sua equipe, que incluem os membros originais Nate Mendel (baixo) e Pat Smear (guitarra), além de Taylor Hawkins (bateria) e Chris Shiflett (guitarra), planejavam comemorar o aniversário da banda e disco com uma turnê em van nesta primavera de 2020 pelos EUA, que os levariam às cidades reservadas originalmente para promover o disco de estréia em 1995.


Só lembrando que a banda também iria lançar o novo álbum de estúdio em 2020 (10º disco), se não fosse pela pandemia.


Com isto, a revista Variety procurou Barrett Jones para resgatar as suas próprias memórias daquela sessão de gravação, que está fazendo 1/4 de século de existência.


Jones e Grohl, que moravam a 20 minutos de distância em Virginia, se conheceram em meados da década de 80, quando Grohl, aos 14 anos, tocava guitarra numa banda chamada FREAK BABY, onde chegou a gravar no estúdio de Jones e que ficava ao lado da área de serviço de sua casa (casa dos pais).


Jones era três anos mais velho: “Sim, eu era o garoto mais velho legal da turma”, ele relembra, onde ainda possui o seu estúdio em Seattle, chamado Laundry Room.


Em 1990 e várias bandas depois, Grohl se juntou ao NIRVANA e sugeriu que Jones se mudasse para Seattle, lhe convidando também para ir ao estúdio em Los Angeles onde seria gravado o revolucionário álbum do NIRVANA, "Nevermind" (2º disco, 1991).


"Foi a primeira vez que testemunhei um grande álbum de gravadora sendo feito e me lembro de pensar o quão lento o processo estava acontecendo", lembra Jones. Em comparação, uma sessão com 03 músicas do NIRVANA em 1992 que iria acontecer no Laundry Room Studios - que ficava na casa que Jones dividia com Grohl em Seattle - seria muito menos trabalhosa.


Depois de mais um álbum brilhante lançado em 1993, "In Utero", de repente o NIRVANA se foi...


"Dave Grohl foi embora por um tempo depois... Ele ficou fora alguns meses", lembra Jones. "Quando ele finalmente estava pronto para voltar, ele me ligou, reservou o estúdio e fizemos a coisa toda em cinco dias com ele tocando todos os instrumentos".


Para qualquer padrão, este processo continua sendo uma façanha surpreendente: "Ele tem um talento especial para isso", explica Jones. “Dave raramente erra e basicamente tem um tempo perfeito, tipo, ele sabe exatamente como tudo está indo e não havia tempo para ficar tentando entender as coisas, sabe?”


Durante a gravação do disco, Tom Petty ligou no telefone do estúdio de Jones, convidando Grohl a tocar com a banda dele, THE HEARTBREAKERS, no programa de auditório da TV americana, Saturday Night Live, que Dave Grohl aceitou. Jones disse que Grohl ficou muito empolgado depois da ligação.


Mas Grohl iria desistir de sua missão no estúdio? "Não, de jeito nenhum", Jones atesta com uma risada. "Não foi nenhuma distração para ele".


Jones acha que o ambiente familiar dos dois trabalhando sozinhos foi uma zona de conforto que Grohl precisava - emocional e criativamente falando. Não há dúvida que foram 05 dias intensos.


"Foi intenso, mas não de maneira estressante", diz Jones. “Foi apenas esse sentimento de querer divulgar, sabe? Aquela havia sido a minha segunda vez em um estúdio com uma mesa de 24 canais. Já tínhamos feito de tudo antes em mesas de 08 canais, mas gravando o 1º disco do FOO FIGHTERS eu me sentia uma criança numa loja de doces e Dave estava no topo do seu jogo”.


Embora Grohl não tivesse grandes planos para as gravações na época, Jones sabia que eles estavam destinados a um contrato de gravação. Jones falou: "Dave é muito bom em não ficar muito à frente de si mesmo. Ele é muito humilde sobre esse tipo de coisa e pensou que seria apenas uma demo que ele entregaria para alguns amigos. Eu sabia que as músicas eram incríveis que, mesmo que ele não estivesse no NIRVANA, as pessoas gostariam de ouvi-las. Praticamente e na minha opinião, o fato dele estar no NIRVANA garantiu aquilo para ele”.


Jones acha que Dave teria gravado as suas próprias músicas se o NIRVANA não tivesse terminado.


"Não seria o mesmo caminho, mas ele estava sempre gravando de qualquer maneira. Ele sempre iria continuar de alguma forma”, confirma Jones. “Desde que conheci Dave, aos 14 anos, nunca tive qualquer dúvida sobre o seu talento. Não me surpreende que ele tenha tido essa longevidade".


A dupla já fez algumas gravações juntos no decorrer dos anos e ainda mantêm contato. Mais recentemente, Jones participou do documentário dirigido por Dave Grohl, "Sonic Highways" (2014), e até mesmo visitou a banda durante as sessões de gravação em 2019 para o novo álbum do FOO FIGHTERS que ainda não veio - devido a pandemia.


Mas aqueles 05 dias em Seattle ainda em 1994, que lançaram o FOO FIGHTERS em 1995, continua sendo um momento histórico do rock and roll.


"Pessoalmente, eu gostaria de mais do que cinco dias para trabalhar naquele disco", finalizou, Jones, rindo baixinho, "mas eu ouço o tempo todo por parte dos fãs, dizendo que este álbum de estreia do FOO FIGHTERS é o favorito deles, porque é muito cru".


Confira o áudio de estúdio da canção "Wattershed", lançada neste 1º disco do FOO FIGHTERS:

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