- by Brunelson
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Pode ser difícil encontrar algo para nos animar durante uma pandemia global.
Para os fãs de rock sonhando acordados com os tempos em que a música ao vivo era uma opção em nossas vidas diárias, um álbum duplo de ficção científica futurista e distópico do SMASHING PUMPKINS é realmente uma boa notícia para as pessoas que anseiam por bonanças.
O álbum "Cyr", 10º disco do SMASHING PUMPKINS, foi lançado no final de novembro de 2020, mas um anúncio ainda mais doce veio 01 mês antes, no 25º aniversário da obra-prima de 1995, "Mellon Collie and The Infinite Sadness" (3º disco), quando a banda anunciou que uma sequência de 33 músicas estava em andamento para finalmente completar a sequência da trilogia que começou neste álbum de 1995 e continuou no álbum "Machina The Machines of God" (5º disco, 2000).
O maestro e principal compositor do SMASHING PUMPKINS, Billy Corgan - um homem notoriamente conhecido por sua ambição - está dobrando e triplicando a sua natureza prolífica e é absolutamente feroz em criar tanta arte quanto é humanamente possível em 2020: “Eu também tenho escrito um livro por anos”, disse Corgan quando foi entrevistado pela revista Premier Guitar. “Eu acordo cedo de manhã e escrevo um pouco do livro e literalmente terminei de escrevê-lo, onde estou agora tentando montar as coisas”.
Recentemente, Corgan colaborou com a Carstens Amplification em um amplificador exclusivo, chamado Grace, que ele ajudou a projetar no mercado. O frontman também deu a notícia de que há outra guitarra a caminho em construção com a sua assinatura. O protótipo está retratado na foto acima no começo desta matéria e que foi também a capa da revista Premier Guitar.
A formação original do SMASHING PUMPKINS conta com Billy Corgan, o baterista Jimmy Chamberlin e o guitarrista James Iha. Somente a baixista D’arcy Wretzky não retornou à banda para o álbum de reunião em 2018, "Shiny and Oh So Bright, Vol. 1" (9º disco). O guitarrista Jeff Schroeder (na banda desde 2007) e o baixista Jack Bates (desde 2015) complementam o grupo.
Altos e baixos de lutas internas na banda foram alinhados com brincadeiras épicas e românticas à luz do presente, mas marcados por conflitos e vales dolorosos.
No auge do seu sucesso na era grunge dos anos 90 - começando para a banda com a estreia do álbum "Gish" em 1991, o disco independente mais vendido na história do rock - e construindo o seu som de paredes inovadoras de guitarra no álbum "Siamese Dream" (2º disco, 1993), o qual inspirou gerações de guitarristas a buscarem aquele som único de guitarra - pedal fuzz tone - onde abriram terreno para o álbum "Mellon Collie and The Infinite Sadness", o disco duplo mais vendido na história do rock e que os levaram ao topo do pico, SMASHING PUMPKINS se tornou um dos maiores grupos do mundo.
Depois de se separar em 2000, a banda retornaria em 2007 com somente Corgan e Chamberlin como membros originais e continuaria a sua saga com um elenco rotativo - inclusive com saída de Chamberlin em 2009, retornando em 2015.
Em 2016, James Iha fez uma participação especial em 03 shows da turnê do SMASHING PUMPKINS e não muito tempo depois, ele tinha voltado oficialmente à banda.
Com 3/4 dos membros originais do SMASHING PUMPKINS reunidos, eles se juntaram ao icônico produtor Rick Rubin para gravarem o álbum de 08 músicas em 2018, "Shiny and Oh So Bright, Vol. 1". Estas sessões de gravação serviram como um prelúdio para o agora, que está se tornando um dos períodos mais produtivos para o SMASHING PUMPKINS em mais de 02 décadas.
O disco "Cyr" é a primeira vez que os membros originais - Corgan, Iha e Chamberlin - criaram um álbum conceitual juntos desde o disco "Machina The Machines of God".
SMASHING PUMPKINS é uma banda diferente hoje, com 03 guitarristas de boa fé em Corgan, Iha e Schroeder (os três estampados na foto da capa da revista).
Infelizmente, James Iha não pôde participar dessa entrevista devido a um conflito de viagens.
Dizer que o álbum "Cyr" é mais um registro eletrônico - vide o álbum "Adore", 4º disco, 1998 - não quer dizer que os arranjos sejam mais simples. A gama musical do álbum é ampla e imprevisível, incorporando elementos de progressão com sintetizadores e baixo pesados, com camadas exuberantes e é claro, alguns acenos sutis de guitarra e outros do metal extremamente agressivo.
A banda sempre teve um pé no passado e um pé à frente, mas hoje, Corgan parece estar no agora, com o objetivo de fazer música que reflita o raro tempo que todos estamos testemunhando. A data de lançamento do álbum "Cyr" foi adiada várias vezes por causa da incerteza da pandemia, mas Corgan foi inflexível para que fosse lançado em 2020: "É meio embaçado", disse Corgan, rindo. “O meu único mantra era: 'Tudo tem que ser lançado neste ano'. Tinha que seguir em frente, avançar para a próxima página e lançar o álbum. É apenas música, ninguém vai morrer e está tudo bem".
Afinal, Corgan tem outras coisas a fazer e logo estará terminando a sequência final da trilogia dos álbuns "Mellon Collie and The Infinite Sadness" e "Machina The Machines of God", o que significa que vamos descobrir o que acontece com o personagem Zero.
Sobre este assunto, Corgan comentou: “Há algumas mensagens interessantes no uso desses personagens e como isso acontece ao longo do tempo”, ele compartilhou. “Se eu estivesse sendo um pouco superficial sobre isso, diria que, no início da era da internet, por volta de 1995, quer eu percebesse ou não, comecei a lidar com o efeito dissociativo da vindoura cultura. Infelizmente, nos últimos 25 anos, temos nos tornado cada vez mais dissociados como indivíduos, cultura e grupos, e estamos caindo mais em facções. Somos menos unidos por ideias comuns... Então, por um lado, você tem a ascensão do 'super individual', a marca, o avatar, mas também tem o declínio do velho pensamento institucional sobre como os grupos podem estar juntos pacificamente. É muito o material de romances cyber-punks, filmes distópicos de ficção científica e coisas assim. Então, de uma forma estranha, esse personagem me lançou em um conjunto de ideias que eu talvez não tivesse explorado de outra forma, incluindo a minha luta contra mim mesmo através do prisma da fama ou algo assim. Portanto, parece certo pra mim tentar terminar essa história. Se começamos lá, agora estamos aqui. Como a história termina? Conversei com a banda sobre isso e todos estavam interessados na ideia, então, ainda estamos no ponto de partida”.
Jornalista: Coisas bem profundas nas letras das músicas do álbum "Cyr", mesmo depois de um ano como 2020... E sonoramente, o que dizer?
Jornalista: Ao falar sobre o disco "Cyr", você usa muito a palavra “distópico”. Esse é um tema adequado para os tempos atuais?
Jornalista: Como o processo de composição foi diferente ou igual com o álbum "Cyr" em comparação com os discos anteriores do SMASHING PUMPKINS, por exemplo, o álbum "Mellon Collie and The Infinite Sadness"?
Corgan: Bom, eu acho que o começo é sempre o mesmo... É como um riff, um motivo, uma mudança de acorde ou algo parecido. A diferença agora é que nos últimos 02 anos eu aprendi como produzir discos de uma forma mais moderna e tive que abrir mão da maneira como sempre produzi discos antes. Eu tinha feito álbuns modernos no passado, mas os usei sob o prisma da maneira como normalmente faria as coisas, mas agora, com todo mundo usando a tecnologia, eu precisava criar um processo muito diferente de trabalho.
Jornalista: Billy, sabemos que você compõe músicas no piano e no violão. Para o disco "Cyr", foi um lance bastante equilibrado ou você preferiu compor em um deles mais do que no outro?
Jornalista: Como surgiu a ideia para a série animada de 05 partes chamada "In Ashes"? Como você selecionou aquelas 05 músicas para esta série, de 20 canções que foram lançadas no álbum "Cyr"?
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