Jerry Cantrell: "Layne Staley era uma potência única e tinha muita empatia em sua voz"
Jerry Cantrell, guitarrista e compositor desde sempre do ALICE IN CHAINS, tinha sido entrevistado pelo site Spokesman e dentre vários assuntos, falou sobre o seu novo álbum solo, "Brighten" (3º disco, 2021), sobre o ALICE IN CHAINS e o falecido vocalista original do grupo, Layne Staley.
Jornalista: Você é mais do que um vocalista capaz, mas você era um daqueles vocalistas relutantes, à la James Hetfield do METALLICA. Layne Staley o ajudou a se tornar o cantor que você é?
Jerry Cantrell: Eu estava feliz em tocar guitarra e fazer backing vocals no ALICE IN CHAINS. Quando você tem um cara como Layne Staley na banda, você não quer competir com ele, certo? Mas dou crédito a Layne por me dar confiança para cantar. Fiquei maravilhado com ele e eu era o principal compositor da banda. Layne havia me dito: “Sem ofensas a essas letras, mas elas são muito pessoais e acho que você deveria cantá-las”. Eu falei: “Você é bem melhor do que eu para cantar”. E Layne me respondeu: “Vai ficar tudo bem...” Demos confiança um ao outro e Layne era uma potência única que tinha muita empatia em sua voz.
Jornalista: Você decidiu fazer a turnê solo do seu disco em 2022. Por que você decidiu não pegar a estrada em 2021?
Cantrell: Estamos todos vivendo esse evento único na vida que mudou o mundo. É uma doença nova que gosta de multidões e o que faço para viver é tocar para multidões. Eu sei que muitas pessoas saíram em turnê em 2021, mas estou apenas sendo mais cauteloso.
Jornalista: Você se lembra do seu 1º show aqui na cidade de Spokane com o ALICE IN CHAINS?
Cantrell: Sim. Um dos nossos primeiros shows foi em Spokane. Abrimos para o BULLET BOYS em um refeitório na universidade de Spokane. Eu me lembro das mesas e cadeiras... Durante os primeiros dias, ALICE IN CHAINS abriria um show para qualquer banda. Os nossos empresários, Susan Silver ou Kelly Curtis, recebiam ligações e nós íamos tocar com qualquer grupo.
Jornalista: Como é estar numa banda que fez parte de uma mudança tangível no rock e na cultura popular?
Cantrell: Parecia que os mocinhos tinham vencido pela 1ª vez. Fazíamos parte dessa profunda tapeçaria de criatividade e isso me lembra quando as pessoas diziam que o rock estava morto. Elas vêm dizendo isso desde o momento em que o rock'n roll foi inventado e não está morto. É tudo cíclico, mas aquela época em 1991 foi incrível.
Jornalista: As pessoas sempre falam sobre 1991, mas as sementes foram plantadas por volta de 1987 e 1988... Considere os intermináveis álbuns de mudança de jogo que foram lançados em 1988: "Daydream Nation" do SONIC YOUTH; "It Takes a Nation to Hold us Back" do PUBLIC ENEMY; "Nothing's Shocking" do JANE'S ADDICTION e só para citar alguns. 1988 é um dos melhores anos da música, já que muito surgiu do underground e parte disso de alguma forma caiu no mainstream.
Cantrell: Isso é realmente astuto e um bom ponto de vista. Está sempre em movimento e havia muita música boa nos anos 80 e muitas grandes bandas tocando ao vivo.
Jornalista: Qual foi a sua 1ª experiência num show?
Cantrell: BLACK SABBATH, a turnê "Heaven and Hell" com Ronnie James Dio nos vocais em 1980. Qual foi a sua?
Jornalista: KISS com o AC/DC com Bon Scott cantando como banda de abertura em 1977, mas o show que talvez teve o maior impacto em mim foi o do VAN HALEN em 1981. ALICE IN CHAINS me lembra de certa forma o VAN HALEN com as harmonias, mas o que vem a seguir para o ALICE IN CHAINS?
Cantrell: Estamos conversando sobre fazer alguns shows em 2022, mas o meu foco está neste meu 3º disco solo e a turnê que irei fazer pelos EUA, depois irei retornar com o ALICE IN CHAINS.
Jornalista: O que você está ouvindo ultimamente?
Cantrell: Não muito. Eu gosto quando está tudo quieto, mas eu também gosto muito de rock.
Jornalista: E para encerrar, Gene Simmons do KISS, que diz que o rock está morto, está errado, correto?
Cantrell: O rock não está morto. É tudo cíclico e mal posso esperar para que esse Godzilla surja do pântano mais uma vez e agite as coisas mais uma vez... Isso vai acontecer.
"Drone" (8º trabalho de estúdio do ALICE IN CHAINS, "Rainier Fog", 2018):
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