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  • by Brunelson

Jeff Ament: "o que faço pode ser chato para a maioria das pessoas, mas é uma força vital pra mim"


O baixista do PEARL JAM, Jeff Ament, foi entrevistado pela revista Spin e falou sobre os aniversários de 25 anos do álbum "No Code" (4º disco, 1996) e de 30 anos do álbum de estreia, "Ten" (1991), sobre o seu novo trabalho solo, o disco "I Should Be Outside", e o que está por vir com os encontros que o PEARL JAM realizou para ensaiar algumas músicas...



Quando a mesma revista havia entrevistado Jeff Ament pela última vez em 2020, ele estava tão chateado quanto qualquer um de nós. A pandemia estava em seus estágios iniciais e o PEARL JAM foi uma das primeiras bandas a tomar a decisão inteligente de adiar indefinidamente a turnê de 2020. Isso significava não fazer shows em divulgação ao novo álbum de estúdio, "Gigaton" (11º disco, lançado em março de 2020), que se trata do seu primeiro álbum em 07 anos.


Confira alguns trechos dessa matéria e entrevista realizada agora em 2021, onde o baixista do PEARL JAM começa falando sobre momentos da madrugada em que ele acorda e cria alguma música, seja para o seu trabalho solo ou do PEARL JAM.

“É incrível como às vezes, essas ideias iniciais são quando você está acordando no meio da noite, tipo, talvez 01 em cada 04 vezes pode ser que saia uma ideia decente, mas outras vezes são bem ruins (risos)”.

Ament comentou da alegria que ele tem em compor uma música e letra, dizendo que algumas de suas canções também refletem o seu humor de “garoto da fazenda, das planícies do estado de Montana”.

"Isso é a metade da coisa pra mim... Nesse momento, é como me divertir e encontrar apenas uma pequena pepita de alegria todos os dias fazendo algo do nada. Pode ser uma coisa chata para a maioria das pessoas, mas pra mim é uma força vital”.

O baixista disse que nos últimos meses durante a pandemia, a banda se reuniu apenas como amigos para se reconectar e por um bom motivo: esse é o período mais longo na carreira de décadas da banda que eles não tocam juntos ao vivo.

“Temos muito trabalho pela frente”, lamentou Ament. “Nós nunca tocamos as músicas do álbum 'Gigaton' ao vivo e vamos precisar de 01 semana sólida de 06 horas concentradas por dia tocando apenas essas novas músicas. Existem algumas coisas técnicas, como eu tocando teclado (além da guitarra) na canção ‘Dance of The Clairvoyants’, que serão definidas para que não tenhamos que descobrir o que fazer na hora do show".

"Dance of The Clairvoyants"


“E o resto do nosso catálogo não tocamos há 03 anos. Existe a parte física em que as suas mãos sabem aonde ir automaticamente em muitas das músicas e acho que as canções mais antigas, como ‘Even Flow’ (1º disco, 'Ten') e ‘Corduroy’ (3º disco, 'Vitalogy', 1994), serão mais fáceis de tocar, mas se decidirmos tocar uma música, tipo, ‘Swallowed Whole’, ‘Infallible’ ou até mesmo ‘Pendulum’ (todas lançadas no 10º disco, 'Lightning Bolt', 2013) - qualquer uma desses tipos de música - teremos que trabalhar bastante pra tocar direito”.

"Swallowed Whole"


"Infallible"


"Pendulum"


Antes de uma turnê iniciar, Ament disse que o PEARL JAM começa com um pacote de 60 a 70 músicas nos primeiros ensaios e reduzem o número para 50 a 60 para espalhar pelos shows. O grupo já se reuniu algumas vezes para começar os ensaios para os 02 festivais que a banda irá ser headliner em setembro de 2021.




“Eu não posso lhe dizer o quanto senti falta de estar com outros músicos”, falou Ament. “Acho que perdi muito com isso mais do que tudo, sabe? Eu sentia falta disso mais do que estar na frente de uma plateia e sinto falta de apenas estar com os caras da minha banda para tirar um som, ouvir uns aos outros e estar numa sala com um baterista, tipo, voltar a tocar música com Matt Cameron é um milagre".

E junto está vindo o aniversário de 02 álbuns marcantes do PEARL JAM: "Ten" e "No Code". Ambos foram lançados em 27 de agosto de 1991 e 1996, respectivamente.


Os 02 discos marcam a 1ª parte da carreira do PEARL JAM e Ament se maravilha com a sobrevivência da banda durante aqueles dias turbulentos em ambos os discos, mais especificamente em 1996, com o baixista dizendo que eles dificilmente conseguiam sentar numa mesma sala para conversar sem entrar em discussão.

“Nós poderíamos facilmente ter terminado a banda naquela época”, falou Ament. “Não estávamos nos comunicando bem, mas de alguma forma demos espaço uns aos outros e continuamos nos concentrando na parte de fazer música e shows. Parte disso foi o que o nosso baterista na época, Jack Irons, trouxe para a banda naquele momento. Ele era uma pessoa muito mais calma e também estava passando pelas suas próprias coisas, mas ele teve um efeito calmante real no estúdio sobre a banda. Esse álbum, 'No Code', e o próximo que gravamos com ele, 'Yield' (5º disco, 1998), possuem impressões bem pesadas e características de Jack Irons. Existem umas 05 ou 06 músicas que, quando você as ouvem, fica pensando: 'Cara, é Jack Irons tocando bateria!' Músicas como 'In My Tree', 'Present Tense' e 'Who You Are' (todas lançadas no álbum 'No Code'), foram criadas em torno das partes de bateria de Jack Irons".

Para uma banda que não gosta de nostalgia, com Ament dizendo: “Eu não quero ter 30 anos de idade novamente, porque foi uma merda”, o 25º aniversário do disco "No Code" possui um pouco mais de valor para ele, onde o baixista aprecia o que isso significou para a carreira da banda.


“Você também precisa reconhecer essas coisas de vez em quando”, disse ele, pensativo. “Isso faz você se sentir tão sortudo e faz você querer chegar até os caras da banda e dizer-lhes: 'Hey, bom trabalho, galera, e obrigado por me apoiarem naquela época quando eu não sabia que estava sem leme e vice-versa'".

Jeff Ament concluiu: "Você toca numa banda de rock e deve ser uma grande celebração, porque é uma coisa semi-milagrosa de acontecer e nós nos amamos. Eu não sei se existem muitas bandas que estão juntas há tanto tempo e que realmente se preocupam uns com os outros fora da banda... Acho que somos uns dos únicos nesse aspecto”.


"In My Tree"


"Present Tense"


"Who You Are"


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