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  • by Brunelson

Alice in Chains: "eu estava com Layne na noite da sua morte"


Alice in Chains

Mike Starr foi o 1º baixista da banda grunge ALICE IN CHAINS. Ele gravou os 03 primeiros trabalhos de estúdio - “Facelift” (1990), EP “Sap”, (1992) e “Dirt” (1992) - e após os 02 shows do ALICE IN CHAINS no Hollywood Rock Festival no Brasil, em São Paulo e Rio de Janeiro no começo de 1993, ele foi demitido da banda por causa do seu grave e conturbado relacionamento com as drogas.


Ele foi encontrado morto em sua residência no ano de 2011, vítima de uma overdose por drogas (medicamentos).


Em 2010, Mike Starr havia participado de um reality show para a TV americana chamado “Celebrity Rehab”, onde mostravam várias celebridades da música, cinema e da alta sociedade em geral, tratando dos seus particulares vícios por entorpecentes.


Em um episódio, foi perguntado ao Mike se ele ainda manteve algum contato com o ex-vocalista da sua banda, Layne Staley (morto por overdose de heroína em 2002), durante o hiato que a banda passou a partir de 1996. Veja o que ele declarou, logo abaixo:


“Eu e Layne éramos melhores amigos um do outro. A nossa amizade vinha desde a nossa adolescência e estávamos sempre nos falando, mesmo quando a banda havia me demitido, mesmo quando a banda já não estava mais fazendo shows nos anos de 1995 e 1996, e até quando ninguém mais via Layne, pois ele raramente saía do seu apartamento em Seattle. No último dia de vida dele, eu estava com Layne em seu apartamento, porque no dia 04 de Abril/2002, é a data do meu aniversário e eu comemorei na noite da virada do dia 04 para o dia 05 junto com Layne, no apartamento dele (05 de Abril é a data estipulada pelos legistas quanto a morte de Layne Staley, pois ele só foi encontrado 02 semanas depois deitado no sofá da sua casa, em um estado avançado de decomposição).”


“Neste último ano, eu estava com Layne quase que todos os dias tentando mantê-lo vivo. Eu cheguei ao ponto de querer ligar para o 911 (serviço de emergência) para virem socorre-lo, mas ele havia me dito que nunca mais iria falar comigo novamente se eu fizesse aquela ligação. Eu não sabia que ele iria morrer naquela noite ou eu teria chamado o 911 de qualquer jeito, porque iria preferir muito mais Layne vivo e não falando comigo, do que ter deixado ele morrer... Layne era uma pessoa maravilhosa e depois da sua morte, eu não consigo tirar de cima de mim toda a culpa que carrego por não ter conseguido fazer nada por ele durante todos estes anos em que nos conhecemos...”


“Layne estava muito agitado porque ele vivia drogado. Ele costumava ficar nervoso comigo quando tentava ajuda-lo. Acho que eu parecia para ele um idiota tentando convencê-lo a não usar drogas, porque ele vivia dizendo para mim que eu é quem era o doente na história, sabe? Então, depois de sempre querer ajudar e sempre preocupado com ele, chegou uma hora que eu falei: ‘Acabou! Deu o que tinha que dar!’ Eu fiquei com raiva e falei para ele: ‘Tudo bem, eu vou sair! Vou embora!’, e as suas últimas palavras para mim, foram: ‘Assim não, cara! Não desse jeito..., não me deixe assim, por favor!’ E eu apenas o deixei sentado lá..., eu não posso acreditar que fiz isso com ele..., esta vergonha e culpa eu carrego comigo todo santo dia...”


“Antes de eu sair pela porta do seu apartamento, falei para ele que iria voltar outro dia, mas daí eu já estava morando novamente no porão da casa da minha mãe e voltei a tomar os meus remédios para dormir, com isso, fiquei apagado do resto do mundo... Quando eu acordei para a vida depois de 02 semanas do meu estado proposital de coma e isolamento, a 1ª notícia que recebi foi a da morte de Layne...”


“Layne salvou a minha vida no Brasil quando participamos do Hollywood Rock Festival em São Paulo e Rio de Janeiro, Janeiro/1993. Quando nós fizemos o 2º e último show do ALICE IN CHAINS no Rio de Janeiro, eu, Kurt Cobain e a esposa dele, Courtney Love, por estarmos no Brasil e ser impossível de conseguir heroína naquela época, cheiramos cocaína a noite toda até o amanhecer. Depois que eu saí do quarto deles, subi para o meu quarto de hotel - o qual estava dividindo-o com Layne. Quando eu entrei em nosso quarto, caí no chão em overdose. Eu só me lembro de ter acordado todo molhado debaixo do chuveiro vendo Layne. Quando eu abri o olho, Layne me deu um soco na minha cara e me disse: ‘Seu estúpido fudido, você ficou morto por 11 minutos, cara’! Eu sei que Layne arriscou a minha vida me colocando em um chuveiro, em vez dele ter ligado para um hospital ou para a emergência do hotel..., mas eu defendo a atitude de Layne porque sei que, o que ele estava fazendo comigo era o que ele achava certo em fazer, e com certeza eu teria feito a mesma coisa por ele também, em vez de avisar ao mundo inteiro que um astro do rock n' roll havia sofrido uma overdose, você me entende?"


“Até hoje, eu me sinto desguarnecido e muito sozinho sem o meu amigo, porque Layne era um ser humano que eu nunca havia visto alguém igual, devido a sua personalidade totalmente humana, sempre preocupado com o bem-estar dos seus amigos, sempre respeitava e tratava com respeito as pessoas ao seu redor, sempre muito humilde na sua postura, as vezes até sendo muito tímido em certas ocasiões... Ele gostava e se relacionava com a sua família e irmãos... Ele era uma pessoa do bem e eu realmente sinto muito a falta do que ele fazia por aqui...”

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